Trabalhadores da Efacec iniciam hoje uma greve parcial de três dias

Os trabalhadores da Efacec estarão em greve, de duas horas por turno, a partir desta segunda-feira, repetindo nos dias 8 e 10 de maio, protesto que classificam como um “grito de alerta” na defesa dos empregos e da importância estratégica da empresa.

O pré-aviso abrange também todo o trabalho extraordinário durante o corrente mês.

“Após plenários realizados no dia 17 de abril, os trabalhadores mandataram o sindicato para emitir um pré-aviso de greve de duas horas por turno para os dias 6, 8 e 10 de maio e também um pré-aviso de greve a todo o trabalho extraordinário no mês de maio”, anunciou o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE-Norte).

Os trabalhadores vão estar concentrados, nos dias em causa, das 8.30 às 10.30 e das 17 às 19 horas, em frente às instalações da empresa, em S. Mamede Infesta, Matosinhos.

De acordo com a estrutura sindical, afeta à CGTP, os trabalhadores exigem a negociação do caderno reivindicativo, a defesa dos empregos e a continuidade da Efacec enquanto empresa estratégica.

“Esta greve aprovada pelos trabalhadores é um ‘grito de alerta’ para afirmarem que não ficam impávidos e serenos enquanto o futuro da empresa e os seus postos de trabalho podem estar a ser postos em causa”, apontou o sindicato, referindo que o fundo Mutares avançou com um despedimento coletivo na Efacec Engenharia em abril.

No início do mês passado, o Site Norte disse não estar surpreendido com a intenção de despedimento coletivo na Efacec, lembrando que o fundo Mutares “já tem um historial” semelhante noutros países.

Em declarações à Lusa, o responsável do sindicato, Miguel Ângelo, disse que ao conhecimento do sindicato tinham chegado 12 trabalhadores abrangidos pelo processo na Efacec Engenharia.

O Estado vendeu a totalidade da Efacec (nacionalizada em 2020) ao fundo de investimento alemão Mutares.

No âmbito da venda, o Estado acordou injetar 160 milhões de euros na empresa e o Banco de Fomento financia em mais 35 milhões de euros, através da compra de obrigações (convertíveis em capital).

A Efacec, que tem sede em Matosinhos, conta com cerca de 2000 trabalhadores.

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