Trabalhadores da Amazon obrigados a substituir casas de banho por garrafas de plástico

De acordo com os sindicatos, a empresa exige aos trabalhadores que cumpram semanas de 70 horas de trabalho, em espaços sobreaquecidos e mal ventilados. Para não comprometer as metas impostas pela empresa, os funcionários urinam em latas de lixo e garrafas de água porque não têm tempo de ir à casa de banho. E os salários podem ser tão baixos que alguns trabalhadores precisam mesmo de recorrer à ajuda do Estado para alimentar as suas famílias.

Perante este cenário, milhares de funcionários da Amazon no Reino Unido organizaram um movimento de protesto no final desta semana, em sinal de solidariedade com os colegas europeus e americanos, que entraram em greve esta segunda-feira, para exigir o direito a uma semana normal de trabalho, em condições seguras e com salários dignos.

“Recebemos informações horríveis sobre funcionários forçados a urinar em garrafas de plástico porque não podem ir à casa de banho ou sobre mulheres grávidas forçadas a permanecer em pé e algumas que foram demitidas” informou o sindicato britânico GMB.

O mesmo sindicato publicou um vídeo em apoio à causa no qual os trabalhadores afirmam que não querem ser tratados como robôs. Segundo a organização, ambulâncias foram chamadas para armazéns da Amazon mais de 600 vezes nos últimos três anos e há centenas de denúncias feitas ao governo por causa de acidentes envolvendo fraturas e contusões nos locais de trabalho. Para o sindicato, essas são práticas de trabalho dignas da Era Vitoriana.

Em resposta, a Amazon do Reino Unido emitiu um comunicado afirmando que os locais de trabalho da empresa são seguros e que qualquer afirmação que diga o contrário está “simplesmente errada”. A companhia ainda encorajou os trabalhadores a comparar os benefícios que oferece ao de outras empresas do ramo.