Trabalhadores com baixas qualificações em Portugal são o dobro da média europeia, revela estudo

A Randstad Research acaba de apresentar os 50 destaques do segundo trimestre de 2024, em Portugal. Neste estudo a empresa analisou as estatísticas relativas ao mercado de trabalho e aos temas macroeconómicos que o influenciam e inclui os dados do mercado disponíveis até ao momento pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), o Ministério do Trabalho, o Banco de Portugal e Eurostat.

Uma das principais conclusões do estudo é a de que Portugal, apesar de continuar a registar níveis históricos de pessoas empregadas, que hoje já superam os 5,1 milhões de profissionais, tem 35,2% dos trabalhadores com um baixo nível de qualificação, ou seja, que, no máximo têm o ensino secundário obrigatório. Estes dados são o dobro da média europeia.

Da população empregada, apenas 34,2% possuem qualificações do ensino superior e, entre estes, regista-se uma taxa de emprego de 80,2%. Para os que possuem estudos secundários e pós-secundários, a taxa de emprego está 10,7 pontos abaixo.

Entre os desempregados, são também 52,4% os que não completaram o ensino secundário, o que dificulta a procura de emprego e justifica que 44,2% dos desempregados (146,8 mil pessoas) esteja à procura de emprego há mais de um ano.

No que diz respeito ao emprego no setor público, este mantém a trajetória de crescimento, alcançando os 749.678 profissionais este trimestre, com 37,2% a fixarem-se na área da saúde e educação.

De referir também que, segundo os dados da Eurostat, o emprego volta a atingir níveis históricos em Portugal, com uma taxa de emprego de 72,2% entre os 16 e os 64 anos, o que supera a média europeia em 1,9 pontos percentuais.

Esta trajetória de crescimento positivo estende-se também à taxa de desemprego entre os mais jovens que, apesar de ainda ser quatro vezes superior à média de desemprego total do país (6,1%), diminuiu um ponto neste trimestre.

“Esta análise que fazemos na Randstad Research permite-nos retirar conclusões muito relevantes sobre a evolução do mercado”, precisou Isabel Roseiro, diretora de marketing da Randstad Portugal. “Regista-se uma perspetiva de crescimento muito positiva, mas há ainda uma fatia grande da população em idade ativa a quem a falta de formação dificulta muitas vezes a integração ou reintegração no mercado de trabalho. Estes dados são importantes, já que permitem às organizações tomar decisões sustentadas nestes insights e assim antecipar necessidades de forma a manter a sua competitividade no mercado.”

Outros destaques do trimestre:

– a população ativa aumentou em 3 mil pessoas durante o segundo trimestre de 2024, situando-se nos 5,43 milhões. Destas, 33,4% têm o ensino superior, 1 ponto acima daquelas com ensino secundário e pós-secundário. A sua taxa de atividade é a mais alta, e chega aos 83,5%.

– o emprego manteve a sua trajetória positiva e o número de pessoas empregadas aumentou em 40,5 mil pessoas no segundo trimestre de 2024, ultrapassando os 5,1 milhões de profissionais, um número nunca registado antes. No geral, a taxa de emprego situou-se em 56,3%, sendo 4,25 milhões de profissionais assalariados, dos quais 84% têm contrato sem termo.

– o número de pessoas em regime de teletrabalho aumentou em 41,9 mil pessoas durante o segundo trimestre, superando o milhão de pessoas (21% do total de empregados). Apenas a Península de Setúbal e Lisboa estão acima da média nacional.

– o valor médio das remunerações foi de 1.456,78€ em maio de 2024, com um aumento mensal de 1,2%. Lisboa apresenta o maior valor com 1.726,32 €.

– desde janeiro de 2023, constituíram-se mais empresas do que as que se dissolveram, continuando com a tendência seguida desde 2022. No mês de junho dissolveram-se 841 e constituíram-se 3.598 entidades.

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