Tiago Mayan Gonçalves prepara candidatura à liderança da IL para “restabelecer os valores liberais” do partido

O fundador da Iniciativa Liberal, Tiago Mayan Gonçalves, apresenta esta segunda-feira o Manifesto “Unidos pelo Liberalismo”, uma declaração pública de princípios e intenções que traça um novo rumo para o partido. A apresentação do manifesto, que decorre esta manhã em Lisboa, é vista como o primeiro passo para que o ex-candidato à Presidência da República avance com uma candidatura à comissão executiva do partido. O congresso do partido está prevista para Janeiro de 2025, altura em que termina o mandato que os liberais deram ao presidente do partido, Rui Rocha.

Muitos membros do partido que defendem uma alternativa à atual liderança contribuíram para o manifesto. Vários destes elementos, avança o Público, vão estar presentes na conferência de imprensa ao lado de Tiago Mayan, que é o único autarca do partido. Mayan, eleito em 2021 na lista do independente Rui Moreira, é presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, no Porto.

No manifesto, os críticos de Rui Rocha identificam-se como “um conjunto vivo, aberto e alargado de membros da Iniciativa Liberal que se reuniram em torno do objetivo maior de oferecer uma alternativa capaz de restabelecer os valores liberais na estrutura e cultura do partido que foram a sua génese”. Consideram que “a estratégia desenvolvida pela atual direção do partido tem consecutivamente falhado em atingir os objetivos declarados, seja nas eleições regionais nos Açores e na Madeira e nas eleições legislativas, seja no cumprimento de metas e ações da sua própria moção de estratégia global”.

Os mentores do “Juntos pelo Liberalismo” afirmam que a “atual direção do partido se tem vindo continuamente a afastar dos valores liberais (…), seja na forma de agregar valor, seja na promoção de uma cultura de abertura aos membros e à sociedade civil, seja no foco da sua comunicação, seja no relacionamento com as demais estruturas internas nacionais e locais”.

Com as eleições antecipadas na Madeira marcadas para 26 de Maio e as eleições para o Parlamento Europeu agendadas para 9 de Junho, os críticos advertem para outros desafios que decorrem do novo ciclo político. Alertam para a “instabilidade governativa e para o risco da irrelevância das ideias liberais” e dizem que as “eleições autárquicas não podem ser uma oportunidade perdida para a implementação do partido”.

O manifesto reclama “um partido liberal, internamente e para o país; um partido aberto aos membros e à sociedade civil; um partido ambicioso, com uma visão clara e diferenciadora com o objetivo de reformar Portugal”.

A três meses da convenção nacional estatutária, Tiago Mayan propõe-se “refundar a estrutura do partido nos valores e nos princípios liberais”. No âmbito desta ideia, considera que é preciso “restabelecer o equilíbrio entre órgãos nacionais e a sua representatividade; estabelecer um processo claro e que envolva todos os órgãos para a definição de perfis e para a escolha de candidatos, respeitando o princípio da subsidiariedade e a autonomia dos órgãos locais, mantendo o conselho nacional como o decisor final”.

Uma outra ideia destacada no documento, a que o PÚBLICO teve acesso, refere-se à recuperação e ao reforço da autonomia dos núcleos territoriais da IL, nomeadamente criando o “Fórum de Autarcas Liberais, enquanto estrutura permanente do partido”.

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