Thomas Cook: Gestores receberam bónus de vários milhões de euros nos últimos anos
Numa altura em que a falência da Thomas Cook era já um desfecho esperado, alguns gestores do operador turístico britânico recebiam milhões de libras em salários e bónus, revelam algumas publicações internacionais.
São vários os nomes debaixo de fogo e que estão já a ser investigados. Peter Frankhauser, CEO da Thomas Cook, levou para casa cerca de 9,4 milhões de euros desde que assumiu a liderança do operador em 2014, avança o “Telegraph”.
Também Michael Healy e Bill Scott, ambos directores financeiros, receberam cerca de 7,9 milhões cada um. Nesse período, foram também pagos quase cinco milhões a directores não-executivos, incluindo ao belga Frank Meysman.
Já o empresário Manny Fontenla-Novoa, antigo director-executivo da Thomas Cook AG, que depois se fundiu com o MyTravel Group para formar o Thomas Cook Group, recebeu aproximadamente 19 milhões em apenas quatro anos de liderança.
A sua sucessora, Harriet Green, teve direito a praticamente cinco milhões e outros seis milhões em prémios, dos quais entregou um terço a instituições de caridade, após a morte de duas crianças num hotel do grupo em Corfu, na Grécia.
A situação está a gerar polémica, uma vez que a empresa, que declarou falência esta segunda-feira, 23 de Setembro, enfrentava dificuldades financeiras há anos. A quebra da Thomas Cook empurrou mais de 22 mil funcionários para o desemprego e está a obrigar ao repatriamento de mais de 600 mil turistas em 51 destinos afectados em cerca de 16 países onde o grupo britânico operava.
Entretanto, o Governo britânico já reagiu. O trabalhista John McDonnell pede aos gestores da Thomas Cook que «analisem as suas consciências», enquanto a deputada Gill Furniss exige que o dinheiro seja devolvido. Também Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, questionou o pagamento destes valores milionários.