Termina hoje prazo para apresentação de candidaturas a secretário-geral do PS. Para já, são três os candidatos

O prazo para a apresentação de candidaturas a secretário-geral do PS termina esta quinta-feira, contando-se até ao momento três candidatos: José Luís Carneiro, Pedro Nuno Santos e Daniel Adrião.

O primeiro a assumir-se na corrida oficialmente foi o ministro da Administração Interna José Luís Carneiro. Fez o anúncio a 10 de novembro, três dias depois da queda do Governo, durante a reunião da Comissão Política do PS. Foi aí que se afirmou como candidato a secretário-geral nas eleições internas diretas, que se vão disputar em 15 e 16 de dezembro, e já com Pedro Nuno Santos contado como adversário.

Uma hora antes, em declarações aos jornalistas, a dirigente socialista Ana Catarina Mendes, atual ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, tinha afirmado estar fora da corrida à sucessão de António Costa na liderança do PS.

Seguiu-se no dia 13 de novembro Pedro Nuno Santos, deputado e ex-ministro que apresentou a sua candidatura ao cargo de secretário-geral do PS na sede nacional do partido, em Lisboa. Na altura, destacou a presença do antigo líder parlamentar socialista Francisco Assis, conotado com a ala direita deste partido, no apoio à sua candidatura.

Pedro Nuno Santos, antigo ministro das Infraestruturas e Habitação e ex-secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, tem sido apontado nos últimos anos como um dos prováveis sucessores de António Costa no cargo de secretário-geral do PS, posicionando-se na ala esquerda do partido.

Em julho, Pedro Nuno Santos regressou à Assembleia da República para assumir o lugar de deputado pelo círculo de Aveiro na bancada socialista, seis meses depois de se ter demitido do Governo para “assumir a responsabilidade política” do caso da indemnização de 500 mil euros paga pela TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis para deixar a companhia aérea.

Além deste caso, o ex-ministro esteve diretamente envolvido noutra polémica quando, em junho do ano passado, publicou uma portaria sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa sem conhecimento prévio do primeiro-ministro e em contradição direta com a garantia por este deixada de que a escolha por parte do Estado seria feita através de um processo consensualizado com o PSD.

Logo depois foi Daniel Adrião, o único dos três que é recandidato à liderança socialista. No dia 18 de novembro, em plena reunião da Comissão Nacional do PS, anunciou que se recandidata à liderança dos socialistas, depois de já o ter feito em 2016, 2018 e 2021, sempre contra o atual secretário-geral, António Costa.

“Não queria candidatar-me desta vez a secretário-geral do PS e esperei até hoje que surgisse uma candidatura que representasse um virar de página no partido. Mas isso não aconteceu e só apareceram dois candidatos de continuidade para um ciclo político novo”, declarou.

Daniel Adrião, além de defender uma profunda reforma do sistema eleitoral, advoga uma separação entre as funções de secretário-geral do PS e as de candidato socialista a primeiro-ministro.

As eleições diretas para a sucessão de António Costa no PS estão marcadas para 15 e 16 de dezembro – em simultâneo com a eleição de delegados – e o congresso está previsto para 06 e 07 de janeiro.

Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da demissão do primeiro-ministro, no passado dia 07 de novembro.

António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público (MP) no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogénio verde e um centro de dados em Sines terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos.

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