«Tenta ser menos branco». Apelo da Coca-Cola aos funcionários resulta em acusações de racismo

A Coca-Cola está a ser acusada de racismo por enviar um vídeo de formação aos seus funcionários, no qual os incentiva a «ser menos branco», ou seja, «menos opressor, arrogante e ignorante», de acordo com o ‘Daily Mail’.

Os slides do vídeo tornaram-se virais nas redes sociais, depois de serem partilhados por um «denunciante» que trabalhava para a gigante de bebidas. Muitos já acusaram a Coca-Cola de encorajar o racismo e estão a pedir aos funcionários que entrem com ações judiciais por discriminação contra a empresa.

Segundo a mesma publicação, trata-se de um vídeo de cerca de 11 minutos, intitulado ‘Confronting Racism with Robin DiAngelo’ (confrontar o racismo com Robin DiAngelo), um escritor e consultor de raça branca da empresa.

O responsável argumenta, no vídeo em questão, que mesmo as pessoas brancas bem-intencionadas são cúmplices em estruturas racistas, a não ser que trabalhem ativamente para serem ‘anti-racistas’. Um dos slides tem o título «Tenta ser menos branco», que antecede um outro onde se lê que «a raça branca» está associada à «arrogância, ignorância e falta de humildade».

Numa outra parte do vídeo pode ler-se: «Nos Estados Unidos e em outras nações ocidentais, os brancos são socializados para se sentirem inerentemente superiores por serem brancos», e há ainda outro que diz: «A pesquisa mostra que por volta dos 3 aos 4 anos, as crianças entendem que é melhor ser branco».

DiAngelo é também o autor do livro ‘Fragilidade Branca: Por que é que é tão difícil para os brancos falarem sobre racismo’. O livro foi amplamente lido no auge dos protestos contra George Floyd no verão passado, mas também atraiu críticas por se «focar nos problemas dos brancos».

A Coca-Cola confirmou que carregou o vídeo na sua «plataforma de aprendizagem do LinkedIn», mas sublinha que o mesmo não faz parte do currículo obrigatório da empresa. Segundo um porta-voz,  o vídeo é acessível aos funcionários da Coca-Cola como parte do seu «treino global Better Together», projetado para «ajudar a construir um local de trabalho inclusivo».

«O vídeo em questão está acessível na plataforma LinkedIn Learning, mas não faz parte do currículo da empresa. Continuaremos a ouvir os nossos funcionários e a refinar os nossos programas de aprendizagem conforme apropriado». afirmou o porta-voz.

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