“Tens de lidar com uma p*** que nunca conheceste na tua vida”: Ministro italiano debaixo de fogo por discurso sexista

Vittorio Sgarbi, vice-ministro italiano da Cultura, está envolvido em grande polémica devido a um discurso proferido num evento em Roma, no qual usou termos sexistas e profanidades, chocando a opinião pública e vários políticos italianos, incluindo membros do governo liderado por Giorgia Meloni.

O discurso foi proferido na intervenção do governante na ‘Festa della Musica’, iniciativa do MAXXI, Museu Nacional de Arte Contemporânea, a 21 de junho, mas só agora é que o vídeo gravado na altura se tornou viral, e o caso saltou para as manchetes dos jornais italianos.

No vídeo de 45 minutos, é possível ouvir o governante a usar termos derrogatórios e insultuosos para se referir a mulheres e vangloriou-se das relações que mantém com o sexo feminino.

“A determinado ponto, quando fazes 67 anos, a próstata aparece e depois tens de lidar com esta p***, cabra, vadia que nunca conheceste na vida”, disse Sgarbi, citando, alegadamente uma conversa que manteve com o escritor francês Michel Houellebecq.

“O c****** vai á vida e dá lugar à próstata”, disse ainda o vice-ministro, causando borburinho.

As críticas não tardaram e vindas de vários quadrantes políticos.

“Se o objetivo era chocar a burguesia, escolheu o século errado. Não nos choca, aborrece-nos”, sustentou o senador centrista Carlo Calenda.

Também dentro do próprio partido e do governo italiano há quem condene as declarações. “A liberdade de pensamento, protegida pela nossa Constituição é sacrossanta, mas nunca deve cair na vulgaridade. O respeito pelas mulheres é uma constante na minha vida”, sustentou o ministro da Cultura Gennaro Sangiuliano, distanciando-se da polémica com o seu vice-ministro, em declarações ao Corriere della Sera.

Sgarbi, crítico de arte, era muito próximo de Silvio Berlusconi, antigo primeiro-ministro de Itália, que morreu a 12 de junho deste ano.

Questionado sobre se o episódio poderia resultar em risco de pedidos de demissão Sgarbi diz que “alguma coisa assim” constituiria “censura, e o verdadeiro fascismo”.

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