‘Tempestade Perfeita’: Gomes Cravinho tinha conhecimento do contrato suspeito do ex-secretário de Estado

João Gomes Cravinho teve conhecimento do contrato de assessoria suspeito que Marco Capitão Ferreira celebrou com a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN), a 25 de março de 2019, revelou esta sexta-feira o ‘Correio da Manhã’: o ex-secretário de Estado terá ganho 61,5 mil euros por um contrato executado em cinco dias.

De acordo com o jornal diário, foi o atual ministro dos Negócios Estrangeiros, à altura com a tutela da Defesa, quem indicou Capitão Ferreira para perito da equipa que negociou com a ‘Leonardo MW’ o contrato de manutenção dos helicópteros EH-101, uma ação coordenada pela DGRDN, liderado por Alberto Coelho.

Em 2001, o Estado comprou 10 helicópteros EH-101 por 244 milhões de euros. Nesse contrato não estava incluída a manutenção. Comprados através de locação financeira, o pagamento de rendas aumentou o custo para 364 milhões de euros. Em 2018 e em março De 2019, o Tribunal de Contas chumbou o visto prévio ao contrato de manutenção.

Dias antes de Cravinho ter assinado o despacho, realizou-se uma reunião na DGRDN onde foram analisados os documentos a enviar para o Tribunal de Contas (TdC) para obter o visto prévio à despesa. Capitão Ferreira esteve presente na reunião. No entanto, três dias antes de terminar o prazo, a DGRDN desistiu de obter o visto do TdC e desistiu do contrato.

Recorde-se que Helena Carreiras, atual ministra da Defesa, e João Gomes Cravinho vão ser ouvidos esta sexta-feira no Parlamento devido a este contrato de assessoria, realizado em março de 2019. Capitão Ferreira foi constituído arguido no inquérito ‘Tempestade Perfeita’, assim como Alberto Coelho.

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