Também na pandemia há “precauções desnecessárias”. Estas seis podem ser já descartadas, garantem especialistas

Algumas precauções na forma como gerimos e nos protegemos da covid-19, como usar luvas nas lojas ou esperar dias antes de tocar no correio, não fazem sentido, garantem especialistas de saúde. O ‘Business Insider’ compilou seis precauções que a maioria das pessoas provavelmente não precisa de tomar.

Esperar dias para abrir cartas e embalagens, por exemplo, é um cuidado exagerado, segundo Rachel Graham, epidemiologista da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA. No entanto, de acordo com Graham e outros peritos, há outras precauções desnecessárias.

1. Não é necessário usar luvas nas lojas

O novo coronavírus não se propaga facilmente através de superfícies contaminadas, de acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

O uso de luvas – descartáveis ou não – pode parecer uma forma fácil de manter as mãos livres de uma potencial infecção. Mas as directrizes do CDC não recomendam o uso de luvas em estabelecimentos comerciais.

As luvas podem, inclusive, dar uma falsa sensação de segurança, alertam os especialistas. É, por isso, recomendada antes a lavagem e desinfecção das mãos.

2. Não se preocupe com a desinfecção de embalagens de alimentos – congelados ou não

Em Agosto, funcionários chineses encontraram vestígios de covid-19 em embalagens de alimentos congelados. Mas essas descobertas provavelmente não são motivo de preocupação, segundo Michael Ryan, director executivo do Programa de Emergências de Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS).

“As pessoas não devem temer os alimentos, nem o seu acondicionamento ou processamento, nem a entrega de alimentos”, informou Ryan, numa conferência de imprensa no mês passado.

Também Caitlin Howell, engenheira química e biomédica da Universidade do Maine, nos Estados Unidos, disse que é improvável que o vírus sobreviva em alimentos congelados.

3. Colocar livros da biblioteca “de quarentena” durante 3 dias é muito

Pesquisas conduzidas em Junho mostraram que as partículas virais desapareceram dos materiais comuns das bibliotecas após três dias. Os cientistas testaram a ‘vida útil’ do vírus em livros de capa dura e de papel comercial, bem como páginas de papel dentro de um livro fechado.

Os resultados mostraram que, após um dia, o vírus desapareceu das capas de livros e, após três dias, o vírus era indetectável nas folhas e também nas sobre-capas.

4. Não há necessidade de colocar o correio “de quarentena”

Graham também não considera necessário isolar o conteúdo da caixa de correio, já que o risco de transmissão é baixíssimo.

Além disso, as cartas estão sujeitas a temperaturas frequentemente altas, durante o Verão, nas caixas de correio, pelo que o calor provavelmente “secaria” qualquer vírus persistente, acrescentou a investigadora.

5. Funcionários de limpeza e de reparação podem ir a sua casa

Desde o início da pandemia, as pessoas têm evitado trazer hóspedes para dentro das suas casas. Mas a maioria dos especialistas diz que não há problema em permitir, ocasionalmente e com as devidas regras sanitárias, funcionários de limpeza e de reparação dentro de casa.

6. É ok nadar em piscinas

As piscinas não tendem a tornar-se pontos de contágio porque o novo coronavírus não se espalha pela água – especialmente não em piscinas com cloro, onde o químico “deve inactivar o vírus na água”, diz o CDC.

“Em geral, os agentes patogénicos respiratórios não sobrevivem na água”, afirmou Joseph Eisenberg, epidemiologista da Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan, também em declarações ao ‘Business Insider‘.

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