Surto de meningite viral lança alerta em Sevilha. Há 19 infectados

O vírus do Nilo Ocidental, que é transmitido por picadas de mosquitos, causou um surto de meningoencefalite viral em Sevilha, e já infectou 19 pessoas – 17 das quais estão no hospital e sete em unidades de cuidados intensivos, avança o ‘El País’.

Testes laboratoriais de 12 pacientes de Coria del Río e La Puebla del Río, municípios de Sevilha às margens do rio Guadalquivir com uma forte presença de mosquitos, deram positivo para este vírus, confirmou na quinta-feira o governo andaluz.

O Ministério da Saúde espanhol já recomendou o uso de repelentes, para travar as picadas de mosquitos, e aconselhou também os cidadãos a evitarem passeios ao amanhecer e ao pôr-do-sol.

Agora, o Ministério da Saúde activou o protocolo estabelecido, que inclui fumigações – um tipo de controlo de pragas através de tratamentos químicos.

“Teremos medidas para combater o mosquito, além das medidas preventivas, medidas para eliminá-lo o mais rapidamente possível”, disse o ministro andaluz da Saúde, Jesus Aguirre, citado pelo ‘El País’.

O vírus, que é transmitido pelo mosquito Culex, um mosquito relativamente comum, causa 0,1% de mortes entre os infectados, 1% de inflamação nas meninges e cérebro [meningoencefalite], 20% de febre controlável e 80% de casos assintomáticos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.

As amostras analisadas no Centro Andaluz de Virologia já foram enviadas para o Centro Nacional de Microbiologia para contra-análise.

Travar a sua expansão “é muito complicado” porque é um “mosquito comum”. Além das pessoas infectadas que adoeceram em Sevilha poderá haver mais casos. Joan Ramón Villalbí, membro do conselho de administração da Sociedade Espanhola de Saúde Pública e Administração da Saúde, estima que cerca de 2.000 pessoas possam estar infectadas com o vírus do Nilo.

Villalbí disse ainda que “meios químicos agressivos” deveriam ser excluídos, devido aos seus efeitos nocivos, e apelou ao controlo das áreas de reprodução de mosquitos e à tomada de medidas preventivas extremas.

No entanto, Jordi Figuerola, um investigador da Estação Biológica de Doñana que estuda a transmissão do vírus do Nilo desde 2003, adverte que, com o Verão já avançado e a presença de mosquitos 30% superior à registada em 2019, a fumigação é a única solução, e que existem produtos com danos mínimos para o ambiente.

Figuerola aponta o confinamento causado pela pandemia e as abundantes chuvas da Primavera como a causa do aumento invulgar de mosquitos na área de Coria del Rio e La Puebla del Rio, 30% mais do que em 2019. “A população não se encontrava no campo, o que provocou a acumulação de água em muitos lugares onde esta não se acumulava ou se esvaziava muito rapidamente, gerando áreas de reprodução de mosquitos”.

De referir que o vírus do Nilo não é transmitido por humanos.

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