Suíça em risco de ser colocada na lista negra da União Europeia após escândalo do Credit Suisse
Depois do leak do Credit Suisse ter desmascarado criminosos, autores de fraudes e políticos corruptos, o centro-direita do Parlamento Europeu quer que a UE reveja a relação com a Suíça.
Na segunda-feira, o setor financeiro suíço ficou ameaçado, uma vez que a principal fatia política do Parlamento Europeu falou na possibilidade de colocar a Suíça na lista negra de lavagem de dinheiro, devido ao risco elevado de crime financeiro no país.
“Quando os bancos suíços não conseguem seguir de forma correta os padrões anti-lavagem de dinheiro internacionais, a Suíça torna-se por si só um país de risco elevado”, disse Markus Ferber, coordenador de assuntos económicos do Partido Popular Europeu, que representa os partidos de centro direita na Europa, ao jornal.
Segundo o ‘The Guardian’, os especialistas são da opinião que colocar a Suíça nessa posição seria extremamente negativo para o setor financeiro do país, colocando-o a enfrentar sansões semelhantes às impostas a países como o Irão, Myanmar, Síria e Coreia do Norte.
Recorde-se que nos ficheiros tornados públicos encontram-se os dados de clientes do banco envolvidos em diversos crimes graves como tortura, tráfico de droga, lavagem de dinheiro ou corrupção.
Entre os nomes divulgados encontram-se mais de 100 clientes com nacionalidade portuguesa, como é o caso do luso-angolano Álvaro Sobrinho e Hélder Bataglia, fundador da Escom, o braço não financeiro do Grupo Espírito Santo em Angola (BESA).
Ambos os empresários estão a ser investigados em Portugal no âmbito da Operação Monte Branco, um esquema de lavagem de dinheiro no BESA enquanto Álvaro Sobrinho era presidente executivo do banco e Hélder Bataglia fazia parte da administração.