Submarino português Arpão segue para o Ártico em missão da Nato para controlar navios russos

O submarino Arpão, uma das joias da coroa da frota submarina portuguesa, está prestes a embarcar numa missão sem precedentes rumo ao Ártico. Após uma notável viagem até à África do Sul e uma passagem estratégica pelo Brasil no ano passado, o Arpão prepara-se agora para integrar a Operação “Brilliant Shield” da NATO, navegando até às águas geladas do norte do Atlântico, numa missão de dissuasão em que vai vigiar embarcações russas.

A sargento Paula Oliveira, responsável pelos sistemas de combate e sonar a bordo, partilha com a Renascença a expectativa e o entusiasmo da tripulação para esta missão desafiadora. “Estamos ansiosos porque ninguém fez esta viagem antes e não sabemos o que vamos encontrar”, afirma.

O ponto alto da viagem será a navegação por baixo do calote polar, uma experiência única que promete variar entre momentos de ruído intenso, devido ao gelo solto, e períodos de silêncio absoluto debaixo do gelo.

Taveira Pinto, o comandante do Arpão, destaca a importância da cooperação internacional para o sucesso desta operação. Com uma tripulação composta por 36 pessoas, incluindo duas mulheres e três alunos, o Arpão não estará sozinho nas águas árticas. “Teremos o apoio logístico e de especialistas das Marinhas dos Estados Unidos, Canadá e Dinamarca”, assegura Pinto.

Esta missão assume uma relevância estratégica para Portugal, sobretudo no contexto da NATO e das relações internacionais. “É fundamental para Portugal contribuir para a vigilância desta área estratégica do Atlântico Norte”, sublinha o comandante Batista Pereira, reforçando a importância da dissuasão para a manutenção da paz.

O Arpão, equipado com tecnologia de ponta e uma tripulação altamente experiente, é um testemunho do avanço e da capacidade da Marinha Portuguesa. Esta operação no Ártico não só desafia os limites da engenharia naval e da coragem humana, mas também reforça o compromisso de Portugal com a segurança internacional e a estabilidade na região do Atlântico Norte.

Em breve, o submarino Tridente, outro orgulho da frota submarina portuguesa, também estará disponível para operações, fortalecendo ainda mais a capacidade de Portugal em patrulhar e monitorizar áreas estratégicas do oceano global. Atualmente, o submarino está em manutenção no arsenal do Alfeite, sendo a primeira vez que tal operação é realizada em território português.

Com esta missão, Portugal não só reforça a sua presença no cenário internacional como também demonstra a determinação e o profissionalismo da sua Marinha, preparando-se para os desafios do Ártico com resiliência e excelência operacional.

Ler Mais