Steve Bannon libertado depois de pagar caução de 5 milhões de dólares
Steve Bannon, o ex-estratega político de Donald Trump detido na quinta-feira por suspeita de desvio de milhares de dólares de fundos doados, foi libertado, depois de pagar uma fiança de 5 milhões de dólares.
Bannon, que se declarou inocente, saiu do tribunal de Manhattan, Nova Iorque, ao final da tarde de quinta-feira (madrugada de hoje em Lisboa), onde era aguardado por dezenas de jornalistas e cidadãos, que gritaram “onde está o dinheiro?”.
O antigo conselheiro de Trump foi detido no Connecticut (nordeste dos Estados Unidos), a bordo de um iate do milionário chinês Guo Wengui, por suspeitas de ter desviado centenas de milhares de dólares de uma campanha de angariação de fundos para a construção de um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México.
“Este fiasco completo visa travar as pessoas que querem construir o muro”, disse aos jornalistas.
O juiz Stewart Aaron fixou-lhe uma fiança de 5 milhões de dólares (4,2 milhões de euros), 1,75 milhões de dólares (1,4 milhões de euros) dos quais em dinheiro ou propriedades, e proibiu-o de sair do país ou viajar em aviões ou embarcações privadas sem autorização expressa do tribunal.
Até à próxima audiência, marcada para 31 de agosto, Bannon tem ainda de suspender a angariação de fundos que empreendeu com três colaboradores – Brian Kolfage, Andrew Badolato e Timothy Shea -, igualmente detidos e acusados.
Segundo a acusação, Bannon e os colaboradores montaram um esquema para desviar dinheiro recolhido através da campanha “We Build The Wall” (“Nós Construímos o Muro”), que reuniu mais de 25 milhões de dólares (21,1 milhões de euros).
A campanha prometia que a totalidade dos fundos angariados financiariam a construção do muro, principal promessa eleitoral do Presidente, mas, segundo a acusação, a promessa era “falsa”.
“Na realidade […] os acusados receberam coletivamente centenas de milhares de dólares que usaram de forma inconsistente em manifestações públicas da organização”, segundo a procuradoria.
O polémico antigo colaborador de Donald Trump, que abandonou a administração norte-americana em 2017 e colaborou com vários movimentos de extrema-direita em vários países, designadamente na Europa, é acusado de conspiração para fraude eletrónica e conspiração para branqueamento de dinheiro, puníveis com até 20 anos de prisão cada um.