Sob pressão dos EUA, Israel avança com novo plano de ataque a Rafah

Israel decidiu suspender os planos para uma grande ofensiva na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, optando por uma abordagem mais limitada, após tensões com os Estados Unidos, adotando agora uma postura e plano que mais facilmente agradará a Washington, relatou o analista David Ignatius no Washington Post.

Segundo relata o analista David Ignatius ao Washington posto, com base em conversas com funcionários não identificados que têm conhecimento do assunto, o plano anterior para enviar duas divisões para a cidade não avançará. Em vez disso, as operações serão mais contidas.

Washington acredita que os novos planos resultarão em menos vítimas civis e, portanto, não deverá opor-se a eles, adianta Ignatius. Após o encontro do Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, com autoridades sauditas e israelitas esta semana, Washington sinalizou “a direção de um fim gradual das operações de combate israelitas e o início de um ainda indefinido ‘dia seguinte’.”

Ignatius revela que autoridades israelitas de defesa concordaram sobre a configuração de Gaza ao fim da guerra. “Incluirá uma força de segurança palestiniana, composta em parte por funcionários administrativos da Autoridade Palestiniana em Gaza. Esta força palestiniana será supervisionada por um conselho governante de figuras notáveis palestinianas, apoiado por estados árabes moderados como Egito, Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita”, escreveu. “Alguns oficiais israelitas — mas não o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu — aceitam que esta entidade governante tenha laços com a Autoridade Palestiniana em Ramallah”, acrescentou o especialista,

Ignatius sublinha que o Hamas sinalizou que “poderia” aceitar este esboço como parte de um acordo de trégua e libertação de reféns.

Os relatos do novo plano surgiram após o exército israelita estimar que cerca de 950.000 palestinianos evacuaram a área de Rafah, enquanto as forças terrestres operam na parte oriental da cidade. Segundo o exército, a evacuação foi realizada a um ritmo muito mais rápido do que os EUA previram.

Cerca de 300.000 a 400.000 civis permanecem em Rafah, principalmente na área costeira e em algumas partes do centro da cidade, de acordo com informações do The Times of Israel. Mais de um milhão de palestinianos estavam na cidade antes da incursão das Forças de Defesa de Israel (FDI) na área.
FDI acredita que alguns operativos do Hamas e membros de outros grupos terroristas fugiram para a zona humanitária com a população, devido à ausência de postos de controle israelitas. Rafah é vista pela IDF como o último grande reduto do Hamas em Gaza, onde se localizam quatro dos seus batalhões restantes. Outros dois batalhões do Hamas permanecem no centro de Gaza, nos campos de Nuseirat e Deir al-Balah.

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