Singapura volta a racionar água nas escolas: exercícios de sensibilização para a poupança afetam 34 mil crianças

Ao longo desta semana, milhares de crianças em Singapura terão apenas disponível nas torneiras das suas escolas uma gota de água: não porque a cidade-Estado viva um período de escassez mas porque organizou uma grande operação de racionamento de água para alertar a população, em particular os jovens, sobre os desafios de conservar os diversos recursos disponíveis.

Há varios anos que Singapura organiza estas operações de racionamento, situação que foi interrompida durante a pandemia da Covid-19. Os exercícios recomeçaram esta segunda-feira em 115 escolas, pelo que 34 mil crianças vão aprender a viver algumas horas sem ou com pouquíssima água.

Concretamente, a água é cortada durante boa parte do dia nos estabelecimentos. Durante a manhã, as crianças só podem encher alguns baldes de água de uma única torneira, como se fosse uma situação de crise e a água tivesse sido trazida por um camião. Terão de usá-la com moderação ao longo do dia para lavar as mãos na cantina, limpar os pincéis após pinturas ou para fazer descargas nas casass de banho. Pretende-se com isso demonstrar que a água não é um recurso infinito e que é importante aprender a economizá-la.

Singapura não tem, no entanto, qualquer problema específico de escassez de água. Não há um racionamento oficial desde a década de 1960, quando a cidade-Estado conquistava a sua independência. Mas, para o Governo, o acesso a água potável foi sempre uma questão estratégica.

Com poucas reservas naturais de água, Singapura tem de importar constantemente da vizinha Malásia, o que criou um vício perigoso. Foram também abertas várias centrais de dessalinização de água do mar para abastecer as suas torneiras.

O Governo pretende, desta forma, incentivar a população a reduzir o consumo diário de água. Durante a pandemia, o consumo disparou, para 158 litros diários por pessoa. Antes da Covid-19, situava-se nos 140 litros. A meta para 2030 é reduzir para 130 litros diários.

Estas campanhas não se destinam apenas às crianças, existem outras iniciativas: já houve exercícios de racionamento em casas ou prédios para consciencializar todas as famílias. O preço da água também aumenta regularmente para incentivar os consumidores a terem cuidados.

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