Sindicatos lançam farpas a bancos por aumentos “miseráveis” de salários em ano de lucros
O Sindicato do Setor Financeiro e o Sindicato dos Bancários do Centro enviaram à imprensa um comunicado conjunto visando as negociações salarias de 2021 no setor, lançando farpas às instituições bancárias que, apesar de terem apresentado lucros e distribuído dividendos, avançaram com despedimentos coletivos.
Os organismos criticaram ainda as instituições bancárias pelo que consideram ser “aumentos miseráveis” do salários dos seus funcionários.
“Não obstante as várias propostas apresentadas pelo MAIS e pelo SBC para atualização das tabelas e cláusulas de expressão pecuniária, para ativos e reformados, na última reunião, realizada no dia 11 de outubro, as instituições de crédito (IC) subscritoras da convenção coletiva do setor transmitiram a sua última posição, confrontando os Sindicatos com a decisão miserabilista de aumentar os bancários em 0,2%”, criticam os dois organismos numa nota enviada esta terça-feira à imprensa.
No documento enviado à comunicação social, o MAIS e o SBC aludem ainda à recompensa de 0,2% “dos que diariamente se sacrificam”, à redução de milhares de postos de trabalho e ao encerramento de balcões, apesar de “todos os indicadores se revelam favoráveis quanto ao crescimento da economia, em que a banca apresenta lucros e distribui dividendos”.
De acordo com os sindicatos, os IC responderam que vão aplicar o aumento unilateralmente, apesar da sua oposição.
“Ao arrepio das normas e da boa-fé, a banca optou pelo unilateralismo como forma de negociação – o que os Sindicatos nunca aceitarão”, referem o MAIS e o SBC, sublinhando que as Direções dos Sindicatos não vão desistir de ver o esforço dos bancários recompensado, bem como de garantir a manutenção do seu poder de compra.