Sindicato promete mobilizar trabalhadores para luta na Brisa após greve
O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) prometeu esta segunda-feira avançar com mais ações na Brisa e mobilizar os trabalhadores, depois de uma greve da qual esperava “um bocadinho mais”.
Em declarações à Lusa, Marco Barrancos disse que, ainda que não tivesse todos os dados sobre a paralisação, estimava que tivesse afetado os serviços de assistência rodoviária e de manutenção civil e que, em certas áreas, como em Santa Maria da Feira ou Coina, houvesse uma adesão entre 95% e 100%.
Segundo o responsável sindical, estas áreas contarão com entre 200 e 300 trabalhadores, mas estão muito dispersos.
Nas portagens já “não há praticamente trabalhadores”, disse, explicando que “a empresa tem adotado de forma encapotada um conjunto de despedimentos” e opera “praticamente só máquinas automáticas e Via Verde”.
“Estávamos à espera de um bocadinho mais”, admitiu, apontando “outro sindicato” que faz o “trabalho de desmobilizar”.
A estrutura sindical vai agora pedir uma reunião à Brisa, para a semana, mas não acredita que a empresa aceite, indicando que vai avançar para o Ministério do Trabalho.
“Chegámos à conclusão de que provavelmente vamos ter de agendar mesmo mais formas de luta”, referiu, indicando a realização de mais plenários de norte a sul para tentar “mobilizar ainda mais trabalhadores”.
“Provavelmente a figura da greve está em cima da mesa”, admitiu, apontando ainda ações de “denúncia pública”.
Os trabalhadores da Brisa estiveram hoje em greve, depois de considerarem as propostas da empresa insuficientes, segundo anunciou o CESP.
“Na última reunião com a Brisa, a 11 de novembro, a empresa voltou a insistir em propostas pouco sérias, que ignoram os problemas de fundo enfrentados pelos trabalhadores, e demonstrou não entender nem aceitar a nossa justa insatisfação”, avançou o sindicato, em comunicado, no dia 15 de novembro.
Para o CESP, face à “postura intransigente” e “propostas inaceitáveis” da Brisa, “só resta aos trabalhadores responder com a greve”, para exigir aumentos salariais para todos, a valorização das carreiras, o fim da escala de cinco dias de trabalho e um de folga e o cumprimento integral do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
“Não vamos aceitar as propostas insuficientes que a Brisa nos apresenta, enquanto aumentou os seus lucros em seis vezes nos últimos 10 anos”, vincou o sindicato.
O CESP acusou ainda a empresa de atacar o direito constitucional à greve, ao recusar-se a negociar com aquele sindicato devido ao pré-aviso de greve, e apontou o dedo a outras organizações sindicais que “preferiram aliar-se à posição da empresa”, “traindo a confiança dos trabalhadores”.