Sindicato dos Trabalhadores da CGD reivindica aumentos salariais de 7% este ano

O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do grupo CGD (STEC) propôs à administração da Caixa Geral de Depósitos aumentos salariais de 7% em 2024, com um mínimo de 125 euros, disse hoje em comunicado.

Além da proposta de revisão salarial correspondente a um aumento de 7%, no mínimo de 125 euros, o sindicato propõe atualizações de 7% nas cláusulas de expressão pecuniária, sendo que em alguns casos a exigência percentual é superior.

O sindicato justifica o caderno reivindicativo com a “perda acumulada de poder de compra que tem afetado gravemente os trabalhadores e reformados da CGD, ultimamente agravado pelo brutal aumento da inflação”, e “pelo lucro apresentado pela CGD em 2023” que diz ser “superior a todos os bancos que operam no país”.

Estima o STEC que os lucros do banco público terão ultrapassado “folgadamente os mil milhões de euros” em 2023, pois só até setembro já tinha registado lucros de 987 milhões de euros.

O STEC considera ainda que é “evidente a necessidade de elevar salários” no banco público e que isso já foi “assumido pela própria administração, ao atribuir discricionariamente a novas admissões de pessoal condições salariais superiores às que pratica para quem já está na CGD” e que é a hora de ser “reconhecido e compensado o sacrifício e o contributo decisivo dos trabalhadores na obtenção dos lucros históricos alcançados pela empresa”.

Por fim, a justificação inclui ainda a “absurda recusa da administração da CGD em cumprir a recomendação do Governo de um aumento salarial intercalar de 1% em 2023”, para compensar parte da inflação.

Para o STEC, o processo de revisão salarial deste ano “constituirá um momento fulcral para a valorização dos rendimentos dos trabalhadores e reformados da CGD” e disse que não admitirá que o aumento salarial seja substituído por prémios ou bónus porque, explica, “só a atualização remuneratória constitui garantia de valorização salarial, com efeitos imediatos e futuros, para todos, ao abranger em simultâneo os trabalhadores do ativo, pré-reformados e reformados”.

Os bancos subscritores do Acordo Coletivo de Trabalho do setor bancário (são cerca de 20, caso de Santander Totta, Novo Banco e BPI) têm uma mesa comum de negociação salarial com os sindicatos. Os sindicatos afetos à UGT (Mais Sindicato, SBN e SBC) reivindicaram para este ano aumentos de 6% e, em resposta, o grupo negociador dos bancos propôs 2%, uma contraproposta considerada “miserável e indecorosa” pelos sindicatos. Já o Sintaf (afiliado da CGTP) exigiu aumentos de 15%, no mínimo de 150 euros.

Por seu lado, bancos como BCP e CGD têm contratação coletiva autónoma, pelo que negoceiam diretamente com sindicatos.

Em 2023, STEC e CGD acordaram um aumento de 76 euros na tabela salarial.

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