Sindicato aponta para adesão de 60% à greve na Efacec na área fabril

A greve dos trabalhadores da Efacec, que termina hoje, registou uma adesão de cerca de 60% na área fabril da Efacec, segundo o sindicato, mas a empresa desvalorizou o impacto da paralisação.

Em declarações à Lusa, Miguel Ângelo, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte), disse que a greve foi um “sucesso”, apontando uma adesão de cerca de 60%, em termos de pessoal de fábrica (“chão de fábrica”).

Contactada pela Lusa, fonte oficial da Efacec disse, por sua vez, que “a greve desta semana contou com a participação média de cerca de 130 trabalhadores de manhã e 40 de tarde”, salientando que “a atividade da empresa decorreu com normalidade ao longo da semana”.

O sindicalista, confrontado com estes dados, disse que os “números nunca coincidem” nestas ocasiões.

“Também sabemos que a nossa força está na naquilo que são os trabalhadores de fábrica de chão de fábrica”, salientou.

Ainda assim, Miguel Ângelo recordou que a Efacec é uma “empresa na área industrial que, hoje em dia, tem muitos quadros a nível de suporte. A maioria destes quadros, às vezes, é difícil mobilizá-los para uma greve”, destacou.

O sindicalista lembrou ainda que esta greve decorria durante duas horas por dia e que isso poderia reduzir o impacto.

Miguel Ângelo realçou, no entanto, que os trabalhadores conseguiram passar a mensagem com a paralisação. “Pretendemos é que os trabalhadores da Efacec continuem a marcar a posição” e que mostrem que “estão dispostos a defender os seus postos de trabalho” e a “manutenção da empresa como uma empresa de referência”.

O sindicalista disse ainda que os trabalhadores irão agora reunir as suas estruturas e fazer plenários para avaliar “com os trabalhadores quais serão as próximas ações futuras”, incluindo junto do poder político.

O sindicato pretende pedir uma reunião ao Ministério da Economia e equaciona mesmo avançar com nova greve.

A greve dos trabalhadores da Efacec, de duas horas por turno, decorreu na segunda-feira, quarta-feira e termina hoje.

O pré-aviso abrange também todo o trabalho extraordinário durante o corrente mês.

De acordo com o Site-Norte, estrutura sindical afeta à CGTP, os trabalhadores exigem a negociação do caderno reivindicativo, a defesa dos empregos e a continuidade da Efacec enquanto empresa estratégica.

O Estado vendeu a totalidade da Efacec (nacionalizada em 2020) ao fundo de investimento alemão Mutares.

No âmbito da venda, o Estado acordou injetar 160 milhões de euros na empresa e o Banco de Fomento financia em mais 35 milhões de euros, através da compra de obrigações (convertíveis em capital).

A Efacec, que tem sede em Matosinhos, conta com cerca de 2.000 trabalhadores.

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