SIDA pode acabar até 2030 se líderes mundiais facilitarem acesso ao tratamento, indica Nações Unidas

De acordo com as Nações Unidos, a pandemia de SIDA pode ser erradicada até 2030 se forem feitos mais esforços para financiar iniciativas e proteger os direitos humanos: de acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/SIDA (ONUSIDA), o mundo encontra-se num momento crítico em que os líderes podem decidir se cumprem o seu compromisso de acabar com a SIDA enquanto ameaça para a saúde pública até 2030.

O relatório reúne novos dados e estudos de casos, que preveem que as decisões tomadas pelos líderes mundiais este ano decidirão o destino de milhões de pessoas e determinarão se a SIDA será superada. Dos 39,9 milhões de pessoas que vivem com o HIV em todo o mundo, 9,3 milhões – ou seja, quase um quarto – não estão a receber tratamento que lhes salve a vida. De facto, as estatísticas mostram que, a cada minuto, morre uma pessoa de causas relacionadas com a SIDA.

Embora a medicina tenha feito enormes progressos, uma em cada quatro pessoas infetadas ainda não tem acesso a tratamento. Se os líderes tomarem as decisões acertadas hoje, reforça o estudo, o número de pessoas que vivem com o HIV e que necessitam de tratamento ao longo da vida será de cerca de 29 milhões em 2050. No entanto, prevê-se que, se forem tomadas as decisões erradas, este número aumentará para 46 milhões.

O número de pessoas em tratamento aumentou de 47%, em 2010, para quase 75% atualmente. O aumento do acesso ao tratamento tem sido crucial para reduzir para metade as mortes relacionadas com a SIDA desde 2010 – de 1,3 milhões para 630 mil em 2023.

“Os líderes mundiais comprometeram-se a acabar com a pandemia de SIDA como uma ameaça à saúde pública até 2030 e podem cumprir a sua promessa, mas apenas se garantirem que a resposta ao HIV dispõe dos recursos necessários e que os direitos humanos de todos são protegidos”, indicou Winnie Byanyima, diretora executiva da ONUSIDA. “Os líderes podem salvar milhões de vidas, prevenir milhões de novas infeções por HIV e garantir que todos os que vivem com HIV possam ter uma vida saudável e plena.”

Embora muitos países estejam a fazer progressos na prevenção de novas infeções, o relatório da ONUSIDA refere as regiões onde o número de novas infeções está a aumentar – Médio Oriente e o Norte de África, a Europa Oriental e a Ásia Central e a América Latina. “Os países estão a fazer enormes progressos para acabar com a epidemia de SIDA até 2030, mas há muitos desafios que podem atrasar os nossos esforços”, destacou Anthony Fauci, antigo conselheiro científico do presidente dos EUA, Donald Trump. “Temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para sermos continuamente ativos e proativos. O fracasso não é uma opção neste domínio. De facto, é impensável. Se trabalharmos todos em conjunto, conseguiremos atingir o nosso objetivo comum”, concluiu.

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