Sete em cada dez executivos confia mais nos robôs e assistentes digitais do que nas suas equipas
Um estudo elaborado pela Oracle em parceria com Farnoosh Torabi mostra que, no geral, as pessoas confiam mais nos robôs para gerirem as suas finanças do que em si próprias. E esta afirmação parece ser verdade também no universo empresarial: 73% dos líderes de negócios confia mais em robôs do que em si próprio para esta função e 77% coloca mesmo a inteligência artificial acima das equipas financeiras das respectivas organizações.
Além disso, 89% dos executivos inquiridos pela Oracle acredita que os robôs podem melhorar o seu trabalho através da detecção de fraudes (34%), elaboração de facturas (25%) e desenvolvimento de análises de custo/benefício (23%).
“2020 mudou a nossa relação com o dinheiro”, sublinha a Oracle, indicando que a pandemia do novo coronavírus teve um impacto directo nestes resultados. Depois de entrevistar mais de nove mil consumidores e líderes de negócios de 14 países, a tecnológica concluiu que a Covid-19 aumentou a ansiedade financeira e que levou as pessoas, no geral, a repensar o papel dos profissionais do sector financeiro.
56% dos executivos acredita que os robôs vão substituir estes profissionais no prazo de cinco anos, sendo que funções como aprovações financeiras (43%), orçamentos e previsões (39%), relatórios (38%) e gestão de risco (38%) surgem em destaque. As equipas financeiras deverão centrar as suas atenções na comunicação com os clientes (40%), negociação de descontos (37%) e aprovação de transacções (31%).
Neste momento, 51% das organizações já usa inteligência artificial para gerir processos financeiros e 87% dos líderes de negócios inquiridos considera que as empresas que não repensarem esta área enfrentam vários riscos – desde serem ultrapassadas pela concorrência a verem a produtividade baixar.
Executivos mais ansiosos
Entre os líderes de negócios inquiridos pela Oracle, a ansiedade financeira catapultou 186% desde o início da pandemia. O sentimento de tristeza também aumentou 116%.
A mesma análise global indica que 90% dos executivos mostra preocupação em relação aos efeitos da crise sanitária nas suas organizações. Os principais receios são: recuperação económica lenta ou recessão (51%), cortes orçamentais (38%) e falência (27%).
«Gerir as finanças é duro nos melhores dos tempos, e a incerteza financeira da pandemia global exacerbou os desafios financeiros em casa e no trabalho», afirma Farnoosh Torabi, especialista na área e autor do podcast “So Money”.