Sergei Lavrov vai presidir reunião da ONU em Nova Iorque em abril
O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, vai presidir uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América (EUA) em abril.
A Rússia vai exercer a presidência rotativa do órgão executivo das Nações Unidas a partir de sábado o que vai durar um mês, após Moçambique ter assumido esta responsabilidade.
“Outro evento importante da presidência russa será o debate público de alto nível do Conselho [de Segurança] sobre ‘Multilateralismo eficaz por meio da defesa dos princípios da Carta das Nações Unidas'”, frisou a porta-voz, Maria Zakharova, em declarações à imprensa, ao acrescentar: “Esta reunião será presidida pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov”.
Zakharova não só fez esta revelação como divulgou que Lavrov deverá presidir uma sessão de discussão sobre o Médio Oriente a 25 de abril, no mesmo dia em que a Ucrânia classificou a futura presidência russa do Conselho de Segurança da ONU como uma “piada de mau gosto”.
“A Rússia usurpou o seu lugar, está a travar uma guerra colonial, o seu líder é um criminoso de guerra procurado pelo Tribunal Penal Internacional por sequestrar crianças”, pode ler-se numa publicação do ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, no Twitter, feita esta quinta-feira.
De recordar que a última visita de Lavrov às Nações Unidas, em Nova Iorque, ocorreu em setembro passado, durante a Assembleia Geral.
A presidência do Conselho de Segurança é diferente todos os meses, sendo alterada entre os 15 estados membros. A Rússia presidiu o Conselho pela última vez em fevereiro do ano passado, precisamente no mês em que o Kremlin colocou tropas na Ucrânia.
Ainda que a Moscovo assuma pouca influência nas decisões, será responsável por definir a agenda. Contudo, perante a ofensiva militar russa na Ucrânia que teve início a 24 de fevereiro de 2022, o líder do país Volodymyr Zelensky pediu que a nação invasora seja removida do Conselho de Segurança.
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, ofensiva militar que levou a União Europeia (UE) a responder com vários pacotes de sanções internacionais. Para assinalar o aniversário da guerra, os aliados ocidentais da Ucrânia anunciaram o reforço do apoio militar a Kiev.
A invasão russa desencadeou uma guerra de larga escala que deixou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Até agora, este conflito causou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que apesar de não relatar o número de baixas civis e militares, admite que será elevado.