Será desta? Esta terça-feira pode ser o dia “D” para a Grande Lisboa
O Governo volta reunir esta terça-feira em Conselho de Ministros, para avaliar as restrições de Lisboa e Vale do Tejo. Será hoje o dia de todas as decisões para a Grande Lisboa?
Há duas semanas, o aumento súbito de casos na Área Metropolitana de Lisboa levou o Governo a adiar o calendário de desconfinamento na região, nomeadamente a reabertura dos centros comerciais e das lojas do Cidadão. No entanto, na passada quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, admitiu que o Governo pretendia levantar as restrições apenas a partir de 15 de Junho, e prometeu uma decisão para hoje.
A decisão caiu que nem uma bomba junto dos donos dos centros comerciais, com aAssociação Portuguesa de Centros Comerciais a avisar que «o impacto que o prolongamento das limitações ao funcionamento dos Centros da Área Metropolitana de Lisboa tem para todos os intervenientes nesta cadeia de valor, aumentando a probabilidade de se verificarem grandes prejuízos, e mesmo falências, para as empresas».
Já o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP) pede que, na reabertura dos centros comericais, seja assegurado o controlo do número de pessoas dentro das lojas dos centros comerciais. «As reaberturas dos centros comerciais devem ser feitas com o máximo de cuidado e segurança para quem lá vai, mas principalmente para os que lá trabalham», disse a dirigente sindical do CESP à Executive Digest.
Por outro lado, denunciou que «mesmo que a reabertura seja daqui a quinze dias, os trabalhadores não têm áreas sociais, nem casas-de-banho. Um trabalhador de um centro comercial vê-se obrigado a usar as casas-de-banho utilizadas por todos os clientes». «É uma reivindicação dos trabalhadores deste sector há já algum tempo. Numa situação normal já não deveria acontecer. Agora então, ainda menos», defende.
Questionada sobre a reabertura dos centros, agendada para 15 de Junho, Filipa Costa não descarta a possibilidade de acções de protesto se as reivindicações do CESP não forem atendidas. «Estamos a olhar para a reabertura dos centros noutros pontos do país. Perante cada caso, o sindicato vai agir da melhor forma, que passa sempre primeiro por um contacto directo com as empresas e com o centro comercial. Depois disso, se o caso for demasiado grave, teremos de tomar medidas diferentes.»
O Presidente da República, o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República, recorde-se, voltaram a reunir ontem na sede do Infarmed, em Lisboa, com especialistas, partidos e parceiros sociais, para analisar a situação epidemiológica do novo coronavírus no país.
Portugal contabiliza, pelo menos, 1.479 óbitos associados à Covid-19 e 34.693 casos confirmação de infecção, segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde. A região de Lisboa e Vale do Tejo regista cerca de 79% dos novos casos de infecção pelo novo coronavírus.
O país esteve em estado de emergência entre 19 de Março e 2 de Maio, seguindo-se o estado de calamidade e o levantamento gradual, de 15 em 15 dias, das medidas de confinamento.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.