Sentiu o sismo desta madrugada? Saiba o que fazer no antes, durante e depois de um abalo e como preparar o kit de emergência

Um sismo de 5.3 na escala de Richter acordou, esta segunda-feira, o país: face a possíveis réplicas, recorde o que pode fazer para lidar com o tremor das terras, com recomendações da iniciativa ‘A terra treme’, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

Antes

– Informe-se sobre as causas e efeitos possíveis de um sismo na sua zona. Fale sobre o assunto de uma forma tranquila e serena com os seus familiares e amigos.
– Elabore um plano de emergência para a sua família.
– Certifique-se que todos sabem o que fazer, no caso de ocorrer um sismo.
– Combine previamente um local de reunião, para o caso dos membros da família se separarem durante o sismo.
– Prepare a sua casa por forma a facilitar os movimentos, libertando os corredores e passagens, arrumando móveis e brinquedos.
– Organize o seu kit de emergência: reúna uma lanterna, um rádio portátil de dinâmo (sem pilhas) bem como um extintor e um estojo de primeiros socorros;
– Armazene água em recipientes de plástico e alimentos secos, para dois ou três dias (atenção: verifique com periodicidade os prazos de validade). Inclua um abre-latas;
– Tenha à mão, em local acessível, os números de telefone de serviços de emergência a lista de contactos de familiares/amigos e cópia dos documentos importantes;
– Leve consigo a medicação habitual e produtos de higiene pessoal (incluir papel higiénico, toalhitas húmidas e sacos de plástico para fins sanitários), inclua igualmente uma muda de roupa (não esquecer um boné e impermeável);
– Inclua ainda: dinheiro, um apito, uma máscara anti-pó, e o carregador de telemóvel com uma bateria extra (vulgo power-bank);
– Comida e água extra para o animal de estimação;
– Identifique os locais mais seguros, distribuindo os seus familiares por eles: vão de portas interiores, cantos de paredes-mestras, debaixo de mesas e de camas.
– Mantenha uma distância de segurança em relação a objetos que possam cair ou estilhaçar.
– Conheça os locais mais perigosos: junto a janelas, espelhos, candeeiros, móveis e outros objetos. Elevadores e saídas para a rua.
Fixe as estantes, os vasos e floreiras às paredes da sua casa.
Coloque os objetos pesados, ou de grande volume, no chão ou nas estantes mais baixas.
– Ensine todos os familiares como desligar a eletricidade e cortar a água e o gás.
– Tenha à mão, em local acessível, os números de telefone de serviços de emergência.

Durante

Se está dentro de casa ou de um edifício

– Se estiver num dos andares superiores de um edifício, não se precipite para as escadas.
– Nunca utilize elevadores.
– Abrigue-se no vão de uma porta interior, nos cantos das salas ou debaixo de uma mesa ou cama.
– Mantenha-se afastado de janelas e espelhos.
– Tenha cuidado com a queda de candeeiros, móveis ou outros objetos.
– Se está num local com grande concentração de pessoas fique dentro do edifício, até o sismo cessar. Saia depois com calma, tendo em atenção as paredes, chaminés, fios elétricos, candeeiros e outros objetos que possam cair.
– Não se precipite para as saídas. As escadas e portas são pontos que facilmente se enchem de escombros e podem ficar obstruídos por pessoas que tentam deixar o edifício
– Nas fábricas, mantenha-se afastado de máquinas que possam tombar ou deslizar.

Se está na rua

– Dirija-se para um local aberto com calma e serenidade, longe do mar ou cursos de água.
– Não corra nem ande a vaguear pelas ruas.
– Mantenha-se afastado dos edifícios (sobretudo dos mais degradados, altos ou isolados) dos postes de eletricidade e outros objetos que lhe possam cair em cima.
– Afaste-se de taludes, muros, chaminés e varandas que possam desabar.

Se está a conduzir

– Pare a viatura longe de edifícios, muros, taludes, postes e cabos de alta tensão e permaneça dentro dela.

Depois

– Mantenha a calma e conte com a ocorrência de possíveis réplicas.
– Não se precipite para as escadas ou saídas. Nunca utilize elevadores.
– Não fume, nem acenda fósforos ou isqueiros. Pode haver fugas de gás.
– Corte a água e o gás e desligue a eletricidade.
– Utilize lanternas a pilhas.
– Ligue o rádio e cumpra as recomendações que forem difundidas.
– Limpe urgentemente os produtos inflamáveis que tenham sido derramados (álcool ou tintas, por exemplo).
– Evite passar por locais onde existam fios elétricos soltos.
– Não utilize o telefone, exceto em caso de extrema urgência (feridos graves, fugas de gás ou incêndios).
– Não circule pelas ruas para observar o que aconteceu. Liberte-as para as viaturas de socorro.

Pode consultar aqui mais informações no site da iniciativa ‘a terra treme’, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

Sabia como preparar um kit de emergência

Atravessado por duas placas tectónicas, nas regiões da Grande Lisboa e do Algarve, Portugal Continental não está imune a um tremor de terra. Os Açores são outra zona de risco. Também não podemos descartar a ocorrência de tsunamis, inundações e desabamentos. É importante saber o que fazer em caso de sismo e garantir proteção com um seguro. A cobertura de fenómenos sísmicos tem um âmbito alargado, que cobre danos resultantes de tremores de terra, erupções vulcânicas e maremotos.

Deve ter também um kit de sobrevivência com objetos e produtos simples, que muitas vezes estão esquecidos nas gavetas dos quartos, na despensa ou na garagem, mas fazem diferença em situações-limite.

Escolha uma mochila de um material resistente para guardar comida e bebidas para três dias, no mínimo. Verifique com regularidade a data de validade dos alimentos e substitua-os, se necessário. Escolha comida que não precise de ser cozinhada. Evite os alimentos salgados, para diminuir a necessidade de beber água (pode ser escassa nestas situações). Inclua também um estojo de primeiros socorros e alguns objetos de segurança.

Se possível, guarde a mochila perto da saída de casa (num armário do hall, por exemplo) e informe a família sobre esse local.

A mochila deve estar equipada com:

– garrafas de água;
– géis energéticos (dos que se usam em atividades desportivas), bolachas e chocolates;
– comida enlatada (atum, salsichas, leguminosas, papas de bebé para os mais novos, etc.) e comida para os animais de estimação;
– apito, caso seja preciso sinalizar o local onde está;
– manta de aquecimento;
– canivete multifunções e isqueiro;
– alguns metros de corda (dê preferência ao material paracord, que é leve, resistente e ajuda a imobilizar fraturas ou prender objetos);
– rádio a pilhas. Em caso de emergência, as autoridades comunicarão com as populações através deste meio;
– pequena lanterna a pilhas;
– pilhas de substituição;
– relógio que não precise de ser carregado na corrente. O mais provável é não haver eletricidade em caso de catástrofe natural;
– comprimidos de purificação de água, à venda em lojas de desporto outdoor ou na net;
– algum dinheiro, em notas e moedas;
– cópia do cartão de cidadão de toda a família;
– kit de primeiros socorros.

O que incluir no kit de primeiros socorros

– Compressas, ligaduras, luvas descartáveis, pensos, adesivos, tesoura, pinça, agulhas e alfinete-de-dama; estes objetos ajudam a fazer curativos.
– Pequeno frasco de água-oxigenada, um antiséptico (como iodopovidona, presente no Betadine), para desinfetar as feridas, e soro fisiológico para os olhos.
– Anti-inflamatórios, como ibuprofeno e ácido acetilsalicílico.
– Antidiarreico.
– Termómetro, lenços de papel, toalhitas e cotonetes.
– Embalagem extra dos medicamentos de toma regular (por exemplo, para a hipertensão, diabetes, etc.).
– Máscaras cirúrgicas (três ou quatro unidades por membro da família).

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