Segunda vaga da Covid-19 em Portugal: “Outubro vai ser pior do que abril”, alertam especialistas

Portugal pode atingir, já em Outubro, mais de 1700 casos diários de Covid-19 e o pico da segunda vaga deverá ser mais grave do que o registado em Abril. Assim, o Outono e o Inverno pode trazer uma segunda onda mais severa e com maior impacto no número de infectados, avança a Rádio Renascença.

As previsões da consultora Oliver Wyman, que desenvolveu um modelo para estimar a evolução da pandemia a nível global, apontam para um novo pico de covid-19, em Portugal, que ultrapassa os 1700 casos diários já em Outubro.

Manuel Carmo Gomes, professor de epidemiologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa considera que tal cenário é possível.

“Nós já ultrapassamos a barreira dos mil uma vez, se voltar a acontecer não é nada de extraordinário. É perfeitamente possível, ainda por cima nós agora não vamos adoptar medidas de confinamento global, drásticas, como adotamos em Março e Abril”, diz à Renascença.

“Isto é o resultado de duas coisas”, continua. “Pelo menos 90% da população portuguesa é susceptível de contrair este vírus. Por outro lado, este vírus tem uma capacidade de transmissão superior, por exemplo, à da gripe. Nós temos de conseguir um equilíbrio entre a retoma da vida normal e a proteção da exposição ao contágio pelo vírus. É um equilíbrio difícil, mas todos nós, a nível individual, vamos ter de caminhar nessa direção”, explica ainda.

Já Ricardo Mexia, da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, alerta que “as projeções são úteis, mas devem ser contextualizadas”.

“As projeções são úteis para nós planearmos, ou seja, sabermos o que potencialmente pode acontecer, ajudam-nos a desenhar melhor uma resposta, os recursos, a própria comunicação. Essa é a grande utilidade que representam. A grande questão é que são isso mesmo, projeções. Portanto, podem ser mais ou menos fiéis à realidade”, explica Ricardo Mexia em entrevista à Renascença.

De acordo com os dados disponibilizados esta quarta-feira pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) registam-se, no total, 70.465 casos confirmados em Portugal desde o início da pandemia, dos quais 802 foram detetados nas últimas 24 horas.

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