Segunda vaga agrava saúde financeira na Europa. Portugal desce para a 19.ª posição
Em matéria de capacidade de poupar para o futuro, no espectro europeu, Portugal continua a não ter uma posição muito animadora, segundo apurou o Barómetro de Bem-Estar Financeiro da Intrum, no qual destaca as disparidades no bem-estar financeiro entre os consumidores europeus.
Na tabela dos 24 países europeus analisados durante a segunda vaga da pandemia, Portugal aparece num modesto 19.º lugar tendo descido uma posição na classificação. Situação que, relacionada com a capacidade de pagar as contas, revela que os portugueses continuam a fazer muitos esforços para pagar os seus compromissos no prazo, situando-se no grupo dos três últimos da classificação dos 24 países europeus.
O Barómetro, que mede e apresenta uma pontuação agregada sobre o bem-estar financeiro dos consumidores em 24 países, conclui assim que Portugal, Espanha, Itália e Grécia caíram no ranking, enquanto a Alemanha mantém a sua posição de liderança em 2019, seguida pela Áustria e Estónia.
De acordo com Luís Salvaterra, Diretor-Geral da Intrum Portugal “é evidente que as famílias em países que já sofriam de instabilidade financeira e altas taxas de desemprego, durante a pandemia pioraram em termos de saúde financeira. O ano passado enfatizou a importância de se ter uma rede de segurança financeira e, em 2021, é vital que as famílias tomem medidas adicionais para gerir melhor as suas finanças pessoais”.
Como alguns setores foram mais atingidos do que outros, em Espanha, cuja força de trabalho depende fortemente do turismo, viu restringida a capacidade das famílias de economizar para o futuro. Em combinação com o declínio no desempenho da educação financeira dos entrevistados, a pontuação do país caiu em relação à classificação do ano anterior.
Por seu lado, a Itália teve um declínio acentuado na classificação, à medida que fortes contrações nos níveis de emprego em abril e maio afetaram fortemente os rendimentos, prejudicando a capacidade dos consumidores de pagar em dia.
A literacia financeira, um dos três pilares do Barómetro de Bem Estar Financeiro, é um dos temas que tem vindo a preocupar os portugueses e onde consideram ser necessário melhorar os seus conhecimentos.
Houve uma evolução positiva de Portugal em relação a 2019, quando falamos de literacia financeira, e da 14.ª posição em 2019, Portugal passou para a 8.ª posição da tabela dos 24 países europeus analisados no estudo.
“O Inquérito da Intrum sugere que é mais fácil para alguns obter segurança financeira do que para outros devido às circunstâncias financeiras individuais e ao cenário macroeconómico mais amplo. Não existe uma solução milagrosa, mas mesmo assim, com educação financeira e orientação tanto de instituições públicas como de empresas de serviços financeiros, os consumidores podem tomar melhores decisões no que diz respeito às finanças pessoais”, conclui Luís Salvaterra.