Sector da aviação dispensa mais de 140 mil trabalhadores por causa da pandemia
As companhias aéreas preparam-se para retomar a actividade neste Verão. Porém, terão de suprir postos de trabalho, em consequência da pandemia do novo coronavírus. Os despedimentos já anunciados afectam 138 mil trabalhadores, revela o jornal espanhol “El Economista”.
«O tráfego deverá diminuir entre 50% e 55% em 2020. Prevemos que o número de passageiros fique abaixo dos níveis pré-pandémicos até 2023», disse a consultora da S&P Global Ratings Julyana Yokota.
Os despedimentos, acrescenta o “El Economista”, poderão chegar aos 149.270 com os 12 mil cortes anunciados, recentemente, pela gigante da aeronáutica norte-americana Boeing. Muito afectada devido à crise na aviação provocada pela Covid-19, a Boeing já vinha a debater-se com a mais grave crise da sua história há algum tempo por causa da crise do modelo 737 MAX, que protagonizou dois trágicos acidentes, na Indonésia (2018) e na Etiópia (2019). Em menos de cinco meses, estes acidentes provocaram 346 vítimas mortais.
No final de Abril, a Boeing anunciou o lançamento de oferta de títulos no valor de 25 mil milhões de dólares (23 mil milhões de euros), que inclui instrumentos de dívida, renunciando, assim, aos 17 mil milhões de dólares que lhe foram prometidos através do plano de renascimento da economia norte-americana votado pelo Congresso.
Veja abaixo o número de cortes no sector da aviação:
- Lufthansa: 10 mil
- American Airlines: 9600
- Emirates: 30 mil
- United Airlines: 7.075
- TUI: oito mil
- Qatar Airways: nove mil
- British Airways: 12 mil
- Latam: 1840
- Air Canada: 22.800
- Ryanair: três mil
- easyJet: 4500
- Norwegian: 4705
- SAS: cinco mil
- Virgin Atlantic: 3150
- Finnair: 1200
- Kuwait Airlines: 1500
- Wizz Air: mil
- Air Lingus: 900
- Icelandair: dois mil
Um balanço da agência de notícias “France-Presse”, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 370 mil mortos e infectou mais de seis milhões de pessoas em 196 países e territórios.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.