Seca alivia em setembro em quase todo o país. Nordeste, Baixo Alentejo e Algarve ainda com pouca água no solo
Nas duas primeiras semanas de setembro, verificou-se “um aumento significativo e generalizado dos valores de percentagem de água no solo em todo o território”, revela o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), esta sexta-feira.
Na mais recente Análise Climatológica, os meteorologistas explicam que foi nas regiões do litoral Norte, em todo o Centro e no Alto Alentejo que se registou a maior subida da quantidade de água no solo. Contudo, no Nordeste, a percentagem de água no solo ainda é inferior a 10%, e no Baixo Alentejo e no Algarve continua abaixo dos 20%.
Ainda assim, o serviço meteorológico explica que “a 15 de setembro verificou-se uma diminuição significativa da situação de seca meteorológica em todo o território, com as classes de seca moderada e severa a predominarem em todo território”.
É destacado que em algumas localidades dos distritos da Guarda, de Viseu e de Castelo Branco foi observado “um desagravamento muito significativo da seca meteorológica, passando da classe de seca severa (a 31 de agosto) para a classe de seca fraca”, com níveis de precipitação “muitos superiores aos valores médios para o mês”.
Assim, atualmente, 3,1% do território está em seca fraca, 50,2% em seca moderada, 45,9% em seca severa e 0,8% em seca extrema.
Quanto à quantidade de precipitação, o IPMA avança que foi entre os 12 e 14 de setembro que se registaram os períodos de chuva mais significativos, e destaca o distrito da Guarda, onde “a precipitação ocorrida nos dias 12 a 14 de setembro é superior ao valor normal para o mês e cerca do triplo da precipitação normal do mês”.
A nível nacional, “o total de precipitação nestes 14 dias, 52 mm, corresponde a 123 % em relação ao valor médio 1971-2000. Este valor até à data corresponde ao 4º setembro mais chuvoso desde 2000 (valores mais altos em 2014, 2002, 2006, 2021)”, aponta o instituto.
Numa análise territorial, “os valores de precipitação foram muito superiores à normal nos
distritos de Guarda, Castelo Branco, Lisboa e na zona de Beja”, sendo que, por outro lado, “foram inferiores ao normal no interior Norte, na faixa litoral entre Porto e Aveiro, numa faixa interior do Baixo Alentejo e no
sotavento Algarvio”, é explicado.