Covid-19. São precisas até 15 mil milhões de doses de vacinas mas farmacêuticas alertam para falta de capacidade
A Federação Internacional dos Fabricantes e Associações Farmacêuticas (IFPMA, na sigla em inglês) alerta que as farmacêuticas não têm capacidade para produzir «entre 12 mil a 15 mil milhões» doses de vacinas que são precisas para combater a pandemia do novo coronavírus, de acordo com o site “ABC News”.
Actualmente, segundo um levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde, existem cerca de 200 vacinas contra a Covid-19 em desenvolvimento em todo o mundo. Há 10 em fase de testes em humanos – quatro nos Estados Unidos, cinco na China e uma no Reino Unido – e 126 em fase pré-clínica.
«Julgo que nunca na história vimos tantos laboratórios e empresas a trabalhar para encontrar vacinas para a mesma doença», disse o presidente da IFPMA, Thomas Cueni, citado pelo “ABC News”. Apesar dos esforços, os especialistas acreditam que o mais provável é a vacina só estar pronta no final deste ano ou no início de 2021. No entanto, distribuir quantidades tão grandes de uma só vez será tão ou mais difícil, pelo que impera a dúvida: quem receberá a vacina primeiro?
Os especialistas consideram que os primeiros a receber a vacina devem ser os mais vulneráveis da sociedade. «As pessoas mais velhas, com diabetes ou pressão alta. Depois, seguem-se os trabalhadores essenciais, como militares, polícias e bombeiros», apontou Jonathan Moreno, da Universidade Johns Hopkins.
Moreno considera que é inevitável que os países de elite tenham acesso à vacina em primeiro lugar. Já Cueni espera que o mundo tenha aprendido com o que aconteceu em 2009, quando os «países ricos» compraram todas as vacinas disponíveis para tratar a gripe A. «Julgo que agora há um entendimento de que precisamos de ter um espírito de solidariedade global.»
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 423 mil mortos e infectou mais de 7,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço realizado pela agência “France-Presse”, feito a partir de dados oficiais.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.