Sanções do Ocidente deixam ‘banco do Kremlin’ de joelhos: relatório secreto indica que Gazprom não vai recuperar receitas nos próximos 10 anos

A guerra travada pela Rússia contra a Ucrânia, assim como as sanções aplicadas por Estados Unidos e União Europeia, terão duras consequências para o desempenho financeiro da Gazprom durante, pelo menos, os próximos 10 anos. Recorde-se que a empresa, considerada o ‘banco do Kremlin’, foi um dos principais alvos das sanções do Ocidente.

De acordo com um estudo encomendado pela administração da gigante estatal russa, a gigante russa dificilmente conseguirá recuperar completamente as perdas de receitas para os níveis pré-invasão durante uma década: a expectativa é que as exportações para a Europa fiquem entre 50 e 75 mil milhões de metros cúbicos por ano até 2035 – isto constitui pouco mais de um terço do que era exportado pela companhia antes da decisão de Putin em invadir o país vizinho, em fevereiro de 2022.

“As principais consequências das sanções para a Gazprom e a indústria energética são a contração dos volumes de exportação, que não serão restaurados ao nível de 2020 antes de 2035”, refere o estudo, de 151 páginas, publicado no ‘Financial Times’.

Recorde-se que Vladimir Putin Putin afirmou recentemente que o volume de produção de gás aumentou 8% durante os primeiros quatro meses do ano em comparação com 2023, enquanto os indicadores da indústria petrolífera são “estáveis”.

Mas estas observações surgem no mesmo dia em que o Governo deu instruções à empresa estatal de gás Gazprom para não pagar aos acionistas dividendos relativos ao ano passado, depois de a empresa ter registado o seu primeiro prejuízo anual desde 1999.

A empresa comunicou perdas de cerca de sete mil milhões de dólares para 2023, que se pensa deverem-se à redução das vendas de gás para a Europa, que caíram a pique desde a invasão da Ucrânia.

Mesmo que seja alcançado um novo acordo com a China sobre o gasoduto ‘Power of Siberia 2’ para compensar os volumes de exportação europeus perdidos, a sua capacidade adicional seria apenas de 50 mil milhões de metros cúbicos por ano, sendo que os preços do país asiático são muito mais baixos do que na Europa.

“O problema fundamental é que a maior parte das receitas vinha da Europa. Essas foram perdidas, e o gás que iria para a Europa não pode ir para nenhum outro bom mercado”, destaca Craig Kennedy, investigador afiliado a Harvard e ex-vice-presidente do Bank of America.

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