Saldo da balança corrente e de capital soma 181 M€ até março
O saldo conjunto da balança corrente e de capital situou-se em 181 milhões de euros até março, o que compara com 115 milhões de euros no mesmo período de 2020, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).
Segundo o BdP, os excedentes observados nas balanças de serviços, rendimento secundário e de capital superaram os défices da balança de bens e de rendimento primário.
Até março, o défice da balança comercial diminuiu, pois a redução do défice da balança de bens, no valor de 2.029 milhões de euros, ultrapassou a diminuição do excedente da balança de serviços em 1.768 milhões de euros.
Esta diminuição foi maioritariamente justificada pelo decréscimo acentuado do saldo da rubrica viagens e turismo, no montante de 1.341 milhões de euros, refere.
Em março, as exportações de bens e serviços registaram um acréscimo homólogo de 14,4%, influenciadas pela evolução nos bens (30,3%), que superaram o decréscimo verificado nos serviços (20,7%).
O INE refere, a propósito, que as exportações mensais de bens superaram as do mês homólogo de 2019.
As importações de bens e serviços, por sua vez, aumentaram 11,8% (12,1% nos bens e 10,3% nos serviços).
Destacou-se a redução do saldo das viagens e turismo em 310 milhões de euros, resultante de quebras de 56,3% nos créditos e de 19,2% nos débitos.
“No entanto, as exportações dos outros serviços já atingiram o nível pré-pandemia”, indica.
Nos três primeiros meses do ano, o défice da balança de rendimento primário aumentou 47 milhões de euros relativamente ao período homólogo, para 556 milhões de euros.
“O aumento do défice foi, em grande medida, justificado pela evolução do saldo dos rendimentos de investimento. Por outro lado, o excedente da balança de rendimento secundário decresceu 40 milhões de euros, devido, sobretudo, à evolução das transferências correntes, designadamente pelo aumento da contribuição nacional para o orçamento da União Europeia”, refere.
Por seu turno, o excedente da balança de capital diminuiu em consequência da redução das ajudas ao investimento recebidas da União Europeia.
Até março de 2021, o saldo da balança financeira registou um aumento dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior de 667 milhões de euros.
“Esta subida deveu-se à diminuição de passivos do Banco de Portugal junto do Eurosistema e à redução de depósitos de não residentes junto de bancos portugueses. Para o aumento de ativos contribuiu o investimento dos bancos portugueses em títulos de dívida emitidos por não residentes”, refere.
Em sentido contrário, acrescenta, observou-se um aumento de passivos, com o investimento por parte de não residentes em títulos de dívida pública portuguesa, e uma redução de ativos, com o desinvestimento do Banco de Portugal em títulos de dívida emitidos por não residentes.