Saga continua. Vuitton quer explicar em tribunal por que não comprou a Tiffany por 16,2 mil milhões
A marca de luxo francesa Louis Vuitton (LVMH) anunciou, esta terça-feira, que apresentou um processo contra a norte-americana Tiffany, para defender por que não concretizou a aquisição de 16,2 mil milhões de dólares, que teria sido o maior negócio de sempre na indústria do luxo.
O processo, apresentado em Delaware, Estados Unidos, refere que a LVMH “continua a ter plena confiança na sua posição de que as condições necessárias para encerrar a aquisição da Tiffany não foram cumpridas”. E acrescenta que os “argumentos falaciosos apresentados pela Tiffany são completamente desprovidos de fundamento”.
Este é o mais recente passo naquela que é já a ‘saga’ Louis Vuitton-Tiffany.
Recorde-se que o caso remonta ao início de Setembro, altura em que a marca de luxo francesa decidiu cancelar a compra da empresa de jóias, devido a uma “sucessão de acontecimentos” que “enfraqueceram a transação”, conforme anunciou a LVMH na altura, sustentando que não seria, então capaz de concluir a aquisição da Tiffany “tal como estava”.
A empresa apontou ainda a ameaça das tarifas americanas sobre os produtos franceses e citou também o pedido da Tiffany de prolongar o prazo do acordo até ao final do ano. De referir que a própria empresa de jóias solicitou uma prorrogação do prazo para a conclusão da compra até 31 de Dezembro de 2020.
Perante o cancelamento da compra anunciado pela Louis Vuitton, a Tiffany avançou com um processo judicial para forçar a aquisição, ao que a LVMH disse que iria responder com outro processo, que entrou então no tribunal esta segunda-feira. “Surpreendida com a acção judicial intentada pela Tiffany contra o grupo”, conforme afirmou numa declaração, a empresa francesa recusou as acusações e também seguiu a via judicial.
No processo desta segunda-feira, a LVMH mencionou a crise do novo coronavírus, afirmando que ocorreu, agora, um “efeito adverso material”. Numa forte repreensão, a LVMH também criticou a “má gestão dos negócios” da Tiffany, o que constitui uma “violação flagrante da sua obrigação de operar no curso normal”.
“Por exemplo, a Tiffany pagou os dividendos mais elevados possíveis enquanto a empresa estava a queimar dinheiro e a reportar perdas. Nenhuma outra empresa de luxo no mundo o fez durante esta crise. Há muitos exemplos de má gestão detalhados no arquivo, incluindo o corte de capital e investimentos de marketing e a assunção de dívidas adicionais”, disse a declaração da LVMH, citada pela CNBC.