Rússia nega possível revisão de fronteira e águas territoriais no Báltico

A Rússia negou hoje que possua planos para rever a sua fronteira, águas territoriais e zona económica no mar Báltico, na sequência da divulgação de um documento do Ministério da Defesa russo que suscitou inquietação nos países vizinhos.

“Não houve nem existem planos para rever a amplitude das águas territoriais, da zona económica, da plataforma continental frente à costa continental e a linha fronteiriça estatal da Federação da Rússia no Báltico”, informou uma fonte diplomática militar às agências noticiosas russas.

Na terça-feira, o Ministério da Defesa russo publicou no portal de informação jurídica do Governo russo um documento com a proposta de atualização das coordenadas da fronteira marítima do mar Báltico, que também abrange as costas da Finlândia, Suécia, Dinamarca, Estónia, Letónia e Lituânia, todos Estados-membros da NATO.

O texto precisava que as coordenadas dos pontos geográficos são as que definem as linhas das quais depende a amplitude do mar territorial da Rússia no Báltico e que estas não correspondem plenamente com os dados atuais.

O documento refere-se especificamente à zona leste do Golfo da Finlândia, assim como as águas contíguas com os portos de Baltisk e Zelenogradsk, situados no enclave russo de Kaliningrado, entre a Polónia e a Lituânia.

O Ministério da Defesa sugeria a alteração da fronteira marítima da Rússia e das cartas de navegação, cuja última modificação ocorreu em janeiro de 1985, em caso de aprovação da sua proposta.

Hoje, no decurso da habitual conferência de imprensa telefónica diária e numa referência a este documento, o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, garantiu “não existir nada de político” na iniciativa, mas admitiu a existência de tensões no mar Báltico e que tal exige a Moscovo medidas para garantir a sua segurança.

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