Rússia lança ataques em toda a Ucrânia depois de partida de Xi Jinping
Chegou ao fim a visita do presidente da China Xi Jinping à Rússia, mas sem sinais de avanço quanto às negociações de paz para pôr fim à invasão russa, pelo contrário, assim que o líder chinês saiu de Moscovo, na quarta-feira, começaram os ataques em várias regiões ucranianas.
Apesar de os homólogos se terem reunido em diversas ocasiões, não há indicações de que o presidente russo Vladimir Putin tenha aprofundado laços com Moscovo, não sendo de notar nenhuma alteração, de momento, na guerra.
Assim que o presidente chinês estava a deixar o país invasor, o exército russo lançou uma vaga de ataques com drones Shahed, de fabrico iraniano, na região da capital ucraniana que resultou na morte de, pelo menos, nove pessoas, revelou o chefe da polícia da capital ucraniana ao acrescentar que sete ficaram feridas.
Foram atingidas zonas residenciais como a cidade de Rzhyshchiv e Zaporíjia com vários mísseis, o que as autoridades ucranianas descrevem como um “ataque deliberado” para “matar civis” que fez uma vítima mortal e mais de 30 feridos.
“Um dos mísseis atingiu dois prédios, destruindo parcialmente apartamentos e varandas, danificando telhados e janelas”, pode ler-se num comunicado emitido pelas autoridades, citado pela Reuters, onde é descrito: “A explosão e os destroços também danificaram outros prédios residenciais próximos, carros e outras infraestruturas civis na cidade”.
Perante as novas ofensivas militares russas, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) alertou a Ucrânia para a segurança da central de Zaporríjia que afirmou estar num “estado precário”, enquanto a região continua a sofrer ataques e bombardeamentos diários e constantes.
“A segurança nuclear dentro da central permanece num estado precário”, advertiu o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, ao apelar, “mais uma vez, a todas as partes para que se comprometam a garantir a segurança nuclear da central”.
Vladimir Putin, ordenou a invasão à Ucrânia no dia 24 de fevereiro de 2022, para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, ofensiva militar que levou a União Europeia (UE) a responder com vários pacotes de sanções internacionais. Para assinalar o aniversário da guerra, os aliados ocidentais da Ucrânia anunciaram o reforço do apoio militar a Kiev.
A invasão russa desencadeou uma guerra de larga escala que deixou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Não é conhecido o número de baixas civis e militares do conflito, contudo diversas fontes, entre as quais a Organização das Nações Unidas (ONU), admitiram que será elevado.