Rússia intensifica ataques a infraestruturas energéticas na Ucrânia, denuncia ONU: condições humanitárias na Ucrânia estão a piorar

Os ataques russos às instalações energéticas da Ucrânia, cada vez mais intensos, estão a piorar as condições humanitárias num país devastado pela guerra, onde já chegaram fortes nevões e temperaturas negativas, denunciaram esta quinta-feira funcionários das Nações Unidas.

Moscovo intensificou recentemente as suas barragens em áreas civis, incluindo a capital Kiev, e mantém um ritmo diário de ataques às infraestruturas civis críticas da Ucrânia, disse o secretário-geral adjunto, Miroslav Jenca, ao Conselho de Segurança da ONU. “Todos os ataques contra civis e infraestruturas civis devem parar imediatamente”, instou. “Eles são proibidos pelo Direito Internacional Humanitário e são simplesmente inaceitáveis.”

Jenca também levantou os riscos para as quatro centrais nucleares da Ucrânia. A central de Zaporizhia, a maior da Europa, sofreu o oitavo corte completo de energia externa desde a invasão no passado sábado, indicou a Agência Internacional de Energia Atómica. Já o pessoal da AIEA na fábrica de Khmelnitsky, no oeste da Ucrânia, relatou ter ouvido várias explosões nas proximidades, no passado dia 29.

Ramesh Rajasingham, coordenador humanitário da ONU, disse ao Conselho de Segurança que “as mortes, os feridos e o nível de destruição de infraestruturas civis vitais são impressionantes”.
“Muitas pessoas ficaram sem acesso a aquecimento, eletricidade e água, especialmente no leste e no sul”, disse. “Por entre temperaturas congelantes, estes danos ameaçam particularmente a sobrevivência dos mais vulneráveis – entre eles os idosos e as pessoas com deficiência.”

“Milhões de crianças, mulheres e homens enfrentam agora a perspetiva de mais um inverno de graves dificuldades por entre o impacto do aumento dos ataques a hospitais, eletricidade sistemas de transmissão e abastecimento de gás e água”, reforçou.