Rússia implanta nova tática de mísseis para “maximizar danos” às infraestruturas ucranianas, alertam analistas

O ataque com um míssil russo que atingiu um hospital pediátrico em Kiev foi parte de uma “nova e notável” tática de Moscovo para infligir o máximo de dano à infraestrutura ucraniana, revelou esta terça-feira o ‘Institute for the Study of War’ (ISW).

Pelo menos 22 pessoas foram mortas e 82 ficaram feridas em Kiev, de acordo com as autoridades locais, enquanto em todo o país terão sido registadas mais 36 mortes e 140 feridos, indica Andriy Yermak, chefe do gabinete do presidente ucraniano.

Moscovo negou ter atacado o hospital de Kiev, com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a garantir que “não realizamos ataques contra alvos civis”, repetindo a posição russa após ataques semelhantes.

“Atacar o maior hospital infantil do país, matar, ferir e mandar crianças para as ruas com soro intravenoso é mais um lembrete brutal: esses ataques devem parar agora, e os civis devem ser protegidos o tempo todo”, alerta Vicki Aken, diretora nacional da ‘Mercy Corps’ na Ucrânia, citada pela revista ‘Newsweek’.

Moscovo garantiu que o hospital foi atingido por fragmentos de um míssil de defesa aérea ucraniano, enquanto Kiev disse ter encontrado restos de um míssil de cruzeiro russo. O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) salientou ter sido utilizado um míssil Kh-101 – de acordo com o chefe de relações públicas da Força Aérea da Ucrânia, coronel Yuriy Ihnat, os mísseis de cruzeiro russos que atingiram alvos em toda a Ucrânia, incluindo o hospital, voaram em altitudes “extremamente baixas”.

Ihnat salientou que em alguns casos as forças de defesa aérea ucranianas foram confrontadas com mísseis de cruzeiro a voar tão baixo quanto 45 metros acima do solo. Segundo o ISW, isso indica que as forças russas podem ter mudado as suas táticas para não dar tempo à defesa aérea ucraniana de responder, de modo a “infligir o máximo de dano” à infraestrutura.

Os ataques com mísseis russos “provavelmente empregaram uma tática nova e notável para maximizar os danos dessa série de ataques”, concluiu o think tank.

Segundo Ihnat, as forças russas estão também a melhorar as suas capacidades de reconhecimento e ataque com drones e a eficácia dos mísseis de cruzeiro e balísticos, o que faz aumentar os pedidos para a cimeira da NATO em Washington (Estados Unidos), onde reforçar as defesas aéreas da Ucrânia estará no topo da agenda dos aliados.

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