Rússia garante que não irá retaliar contra decisão da UE para dificultar emissão de visos para russos
O embaixador demissionário da Rússia na União Europeia assegurou que Moscovo não pretende ativar medidas em retaliação contra a decisão da União Europeia (UE) para suspender um acordo de 2007 que facilitava a atribuição de vistos de turismo para cidadãos com nacionalidade russa.
“Não responderemos na mesma moeda”, afirma Vladimir Chizhov, em entrevista à televisão russa ‘Rossia 24’, salientando que a Rússia manter-se-á “aberta àqueles que queria vir [à Rússia] e ver como os russos realmente vivem e o que se passa” nesse país.
O diplomata adianta ainda que a Rússia continua “comprometia com a democracia e com a liberdade de movimentos”, descrevendo a postura do Kremlin como “uma demonstração de maturidade e de sabedoria da nossa liderança”.
Quando, na semana passada, os 27 Estados-membros acordaram em suspender o acordo de facilitação de vistos para russos, que ficou aquém das ambições de países como a Estónia e a Finlândia para uma proibição total e abrangente, a Rússia afirmou que essa era “mais uma decisão ridícula numa série de absurdos contínuos”.
Também esta terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, disse que as novas regras da UE para a emissão de vistos para russos nada mais é do que “uma clara interferência nos assuntos do nosso país”.
Lavrov argumenta que caracterizar os russos como riscos para a segurança do bloco europeu, “dividindo-os entre ‘úteis e inúteis’”, e afirmar que visitar a UE é um ‘privilégio, como foi dito pelas Primeiras-ministras da Estónia e da Finlândia, “são manifestações crassas de xenofobia e de ódio contra o nosso país”.
E defende que a medida tomada pelos líderes europeus “é contrária aos documentos internacionais básicos que garantem a liberdade de circulação na Europa” e que “a União Europeia destrói independentemente os princípios sobre os quais foi fundada”, movida por “inclinações russofóbicas”.