Rússia garante que está “a fazer os máximos esforços para evitar” uma guerra nuclear e pede que outros países adotem “postura responsável”
O Kremlin garantiu esta quinta-feira que está a empenhar-se ao máximo para evitar o desencadear de uma guerra nuclear, num momento de crescente tensão relacionada com o conflito na Ucrânia. A Rússia apelou também a outros países para adotarem uma “postura igualmente responsável” face à ameaça nuclear.
Dimitri Peskov, porta-voz da presidência russa, declarou que a posição de Moscovo está alinhada com a sua doutrina nuclear, sublinhando o compromisso em prevenir qualquer escalada nuclear. “Em conformidade com a nossa doutrina, a Rússia está a adotar uma posição responsável, e a fazer os máximos esforços para evitar um conflito deste tipo”, afirmou, citado pela agência russa Interfax.
Peskov destacou ainda que Moscovo espera que outros países sigam este exemplo. “Esperamos que outros países adotem esta mesma posição responsável”, frisou, ao mesmo tempo que criticou duramente os Estados Unidos. Segundo o porta-voz, a postura de Washington no conflito ucraniano tem sido “muito irresponsável”.
Na visão do Kremlin, a administração norte-americana está a alimentar o conflito. “Estão a deitar mais lenha na fogueira, impedindo qualquer dinâmica que leve ao seu fim e usando a Ucrânia como uma ferramenta na sua guerra contra a Rússia”, acusou Peskov.
Estas declarações surgem num contexto em que o governo dos EUA tem fornecido armamento de longo alcance a Kiev, incluindo mísseis britânicos e os ATACMS norte-americanos, que já foram utilizados em ataques contra território russo.
Horas antes, Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, acusou os EUA de prolongarem intencionalmente a guerra. Segundo Zakharova, Washington está a “garantir” que o conflito se estenda até 2025. Ela também sugeriu que a pressa em enviar mais armamento para a Ucrânia antes da posse de Donald Trump, prevista para janeiro, revela uma estratégia de longo prazo.
No âmbito a esta escalada, o presidente russo, Vladimir Putin, ratificou recentemente um decreto que altera a doutrina nuclear do país. As mudanças incluem agora a possibilidade de Moscovo usar armas nucleares em resposta a ataques convencionais. Esta decisão reflete um endurecimento da postura russa face aos desenvolvimentos no campo de batalha e às ações do Ocidente.