Rússia está a preparar um ‘duelo’ com o Ocidente que vai durar uma década, avisa Estónia

A Rússia está a desenvolver todos os preparativos para um potencial conflito armado com vários países ocidentais que se arrastaria ao logo de uma década. São estas as conclusões de um relatório dos Serviços Secretos da Estónia, publicado esta terça-feira.

Segundo afirma no documento Kaupo Rosin, responsável do Serviço de Inteligência Estrangeira, Na mentalidade do Kremlin, eles não estão apenas a combater os ucranianos, mas o caminho que escolheram envolve um confronto a longo prazo com todo o ‘Ocidente coletivo”.

Rosin aponta que as probabilidades de um ataque da Rússia já este ano contra outro país são baixas, ainda assim a segurança futura da Europa e das fronteiras da Estónia depende da capacidade da Ucrânia de dissuadir a agressão russa com o apoio dos aliados.

O relatório dá conta de um aumento na produção militar de Moscovo, incluindo de artilharia e veículos blindados, verificado no último ano, e que aumenta a capacidade do Exército russo.

O aumento poderá significar que a produção ultrapassa a da Ucrânia, pelo que a solução é o Ocidente aumentar a produção e fornecimento de artilharia a Kiev.

O Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, numa análise citada pelo Politico, indica que a Rússia poderia manter o atual nível ofensivo contra a Ucrânia pelo menos durante mais três anos, com maior velocidade na produção de armas.

Os serviços secretos da Estónia assinalam ainda outras mudanças, como as formações nos distritos militares de Leningrado e Moscovo, visando a Finlândia, que é membro da Nato.

Segundo a Estónia, Moscovo tem planos para expandir o exército para 1,5 milhões de elementos até 2026, em preparação para o tal eventual conflito com a Nato.

Recorde-se que, em dezembro passado, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, alertou que Europa devia aumentar as suas capacidades de segurança e defesa para enfrentar a ameaça que a Rússia representa, com a possibilidade de os Estados Unidos possivelmente reduzirem o seu envolvimento com o continente.

Já no mês seguinte, o governante sublinhou que um Putin com cada vez mais ‘fome’ de guerra poderia atacar os aliados da Nato em menos de 10 anos. Também em janeiro, logo depois, Letónia, Lituânia e Estónia concordaram em formar uma zona de defesa comum do Báltico nas suas fronteiras com a Rússia e a Bielorrússia.

Ler Mais





Comentários
Loading...