Rússia acusa EUA de aumentar “risco de confronto direto” com a NATO

Os Estados Unidos estão a intensificar as operações estratégicas de drones sobre o Mar Negro, com o objetivo de monitorizar armas de precisão fornecidas às forças armadas da Ucrânia, acusa esta sexta-feira o Ministério da Defesa da Rússia.

“Isso destaca o envolvimento crescente dos EUA e da NATO no conflito da Ucrânia, ao lado do regime de Kiev. Esses voos aumentam significativamente a probabilidade de incidentes no espaço aéreo com as Forças Aeroespaciais Russas, aumentando o risco de um confronto direto entre a aliança e a Rússia. Os países da NATO serão responsáveis ​​por isso”, declarou o ministério.

Em resposta, o ministro da Defesa russo, Andrey Belousov, instruiu o Estado-Maior General das Forças Armadas Russas a preparar propostas para ações rápidas contra o que chamam de “provocações” dos EUA.

Num passado recente, os céus sobre o Mar Negro têm estado mais calmos, pelo menos de acordo com o Ministério da Defesa russo, que há vários meses não reportou nenhum drone americano na área. No entanto, as coisas aceleraram em 23 de junho, quando a ‘RIA Novosti’, usando dados do Flightradar24, revelou que um drone de reconhecimento americano RQ-4B Global Hawk estava a sobrevoar o Mar Negro durante um ataque de mísseis a Sebastopol. O Ministério da Defesa russo acredita que especialistas americanos operaram mísseis ATACMS de longo alcance durante este ataque, utilizando informações recolhidas.

Um dia depois, os canais russos do Telegram, incluindo o ‘Fighterbomber’, apontaram relatos de que um drone Global Hawk americano tinha sido abatido sobre o Mar Negro.

Em março de 2023, o incidente com um drone MQ-9 Reaper dos EUA que caiu no Mar Negro tornou-se manchete: de acordo com o Comando Europeu dos EUA, o drone estava numa missão de rotina quando foi intercetado por um avião russo, levando a uma colisão no ar. O Ministério da Defesa russo respondeu negando qualquer contacto entre o seu jato de combate e o drone, citando uma violação das regras do espaço aéreo.

Após o incidente, o chefe do Pentágono Lloyd Austin afirmou que os Estados Unidos manteriam as suas operações de voo onde quer que a lei internacional permitisse, enfatizando que os aviões militares russos devem comportar-se com segurança e profissionalismo.

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