Rui Rio (e outros dirigentes) alvo de buscas da PJ. Há suspeitas de crimes de peculato e abuso de poder na gestão do PSD
A Polícia Judiciária está desta terça-feira a levar a cabo uma série de buscas domiciliárias e não domiciliárias, no âmbito de uma investigação que tem como alvo o ex-presidente do PSD Rui Rio, bem como outros dirigentes e funcionários do partido.
Em causa, segundo avança a CNN Portugal, estão crimes de peculato e abuso de poder, com suspeitas de utilização de dinheiros públicos, de forma indevida, na anterior gestão do PSD.
As buscas acontecem na casa de Rui Rio, mas também nas distritais do Porto e Lisboa, bem como na sede nacional do PSD, na capital.
As suspeitas recaem sobre um alegado esquema de pagamentos de ordenados de funcionários do PSD utilizando verbas da Assembleia da República, e que seria apenas destinadas para garantir os salários de assessores dos grupos parlamentares.
O esquema investigado pela PJ e sob coordenação do DIAP de Lisboa envolverá milhares de euros que, ao longo de vários anos foram pagos a funcionários sociais-democratas que não exerciam quaisquer funções no Parlamento. Estes estariam sim colocados na sede e nas distritais do PSD, e também em estruturas de apoio da JSD, e tratavam apenas de questões internas do partido, não tendo qualquer relação com os trabalhos parlamentares.
A investigação foi aberta após denúncia que partiu de dentro do próprio partido, que foi presidido por Rui Rio entre 2018 e 2022. O social-democrata também foi líder da bancada parlamentar do PSD entre novembro de 2019 e setembro de 2020.
O processo que deu origem à investigação, e que hoje levou a buscas da Polícia Judiciária iniciou-se em 2020 e já levou a que várias testemunhas tenham sido inquiridas pelas autoridades.
Rui Rio, que está afastado da vida política há cerca de um ano, está no interior de casa com os inspetores da Polícia Judiciárias e já acenou a partir da varanda aos jornalistas que se concentram no local.
Também estão a decorrer buscas nas casas de Hugo Carneiro, deputado do PSD, e de Florbela Guedes, que foi assessora e Rui Rio durante muitos anos, segundo adianta o Correio da Manhã.