Robôs VS Humanos: temer ou abraçar o progresso da tecnologia no local de trabalho?

O medo generalizado de um cenário apocalíptico após a ascensão das máquinas impede as pessoas de desfrutarem de melhores condições de trabalho e o ano de 2020 vai mostrar tal facto aos seres humanos. Quem o diz é Byron Auguste, economista e CEO fundador da ONG Opportunity @ Work.

Filmes como o “Exterminador Implacável” despertaram a imaginação e, sobretudo, os receios dos seres humanos em relação à presença de robôs no local de trabalho. Basicamente, as pessoas têm receio que os robôs executem as tarefas com maior eficiência, que os avanços na tecnologia de Inteligência Artificial permita que os robôs tomem decisões complexas e eficazes e que software e algoritmos substituam pessoas mais distraídas e lentas no local de trabalho, por serem mais rápidos e eficientes.

Estes medos impedem as pessoas de perceber que a conjugação de seres humanos e robôs oferece benefícios, tanto às empresas como aos funcionários. Por exemplo, a tecnologia de Realidade Aumentada pode combinar a eficiência das máquinas com a empatia humana para tornar as interacções das pessoas mais eficientes. A Inteligência Artificial e o Machine Learning vão permitir que as equipas “mistas” (máquinas e pessoas) aprendam os processos mais rapidamente. Ou seja, as máquinas podem ocupar-se com trabalhos mais enfadonhos, libertando as pessoas para tarefas criativas ou emocionais.

Actualmente, em várias empresas muitas tarefas de rotina estão já automatizadas; tal permite que os funcionários humanos se ocupem com a resolução de problemas em equipa, comunicação e avaliação dos pontos fortes da empresa para os clientes. Ou seja, a tecnologia optimizou o processo laboral. Um exemplo concreto: na área da medicina, a startup PathAI usa patologistas experientes para treinar os seus algoritmos que, posteriormente, recorrem à tecnologia Machine Learning para melhorar a precisão dos diagnósticos clínicos e introduzir inovação na medicina personalizada.

Byron Auguste vai mais longe e explica que a tecnologia é aquilo que os seres humanos projectam e desenvolvem. É possível definir os valores humanos que a tecnologia deve ter. Desta forma, o grande desafio não é colocar a tecnologia a funcionar melhor, mas antes levar as pessoas a aceitar que a tecnologia pode estar lado-a-lado com os seres humanos. Por outras palavras, fazê-las esquecer o cenário Exterminador Implacável e trabalhar com robôs para uma maior produtividade e para maiores desafios e realização pessoal no local de trabalho.