“Rezo por vocês e pelo vosso povo”: Papa Francisco recebe reféns israelitas libertados pelo Hamas

Esta quinta-feira, no Vaticano, o Papa Francisco acolheu um grupo de 16 reféns israelitas recentemente libertados pelo Hamas, após dois meses de cativeiro na Faixa de Gaza. O grupo, composto por homens, mulheres e duas crianças, apresentou ao líder da Igreja Católica cartazes com fotos de familiares que ainda se encontram em cativeiro ou estão desaparecidos desde os ataques de 7 de outubro de 2023.

A audiência, que visava sensibilizar a comunidade internacional para a situação dos reféns e obter apoio na pressão diplomática sobre o Hamas para a sua libertação, foi liderada pelo Hostage Family Forum, em colaboração com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, embaixadas de Israel em Roma e no Vaticano, a unidade de reféns do governo israelita e o Ministério da Defesa.

Durante o encontro, o Papa Francisco reafirmou o seu compromisso em ajudar na libertação dos reféns. “Rezo por vocês e pelo vosso povo. A prioridade é salvar pessoas”, declarou, dirigindo palavras de conforto às famílias presentes e expressando apoio à sua causa. Segundo o Hostages and Missing Families Forum, o Papa garantiu que fará tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar a assegurar a libertação dos reféns ainda em poder do Hamas.

Apelo dos familiares dos reféns

Entre os membros da delegação estava Yelena Trufanova, que foi libertada do cativeiro em novembro. A sua presença no encontro foi particularmente significativa, pois o seu filho, Alexander Troufanov, permanece refém do Hamas. Trufanova partilhou a sua preocupação com o bem-estar do filho, que recentemente apareceu num vídeo divulgado pela organização Jihad Islâmica Palestina, no qual mencionava a escassez de alimentos e produtos básicos de higiene entre os reféns.

Este vídeo, o terceiro do género divulgado sobre Alexander, foi recebido com apreensão em Israel, onde as autoridades interpretam estas publicações como uma forma de pressão psicológica sobre as famílias e o público israelita. No vídeo, Alexander apelava à população de Israel para intensificar os esforços na negociação de um acordo que possibilite o regresso dos reféns.

Além de Trufanova, a delegação incluiu outros ex-reféns e familiares de reféns ainda detidos, explica o Jerusalem Post. Yocheved Lipshitz, também libertada num acordo de novembro e cuja libertação não trouxe ainda o seu marido Oded, fez parte da comitiva. Adi Shoham, que foi libertada juntamente com os seus dois filhos pequenos, Naveh e Yahel, representou a sua família, enquanto o seu marido Tal permanece detido. Mor Korngoold, irmão de Tal Shoham, também participou e tem-se envolvido ativamente nos esforços para chamar a atenção para a necessidade de negociações pela vida dos reféns. “Lembro a todos que, ao discutirem um acordo, estão a lidar com vidas humanas”, declarou Korngoold, numa mensagem emocional que já havia partilhado em junho passado, pedindo que recordassem os nomes dos seus sobrinhos, Naveh e Yahel.

O grupo incluiu ainda Louis Har, um dos poucos reféns libertados numa operação de resgate da IDF, após mais de 120 dias em cativeiro, sendo também um dos elementos que contribuiu para a crescente sensibilização junto da comunidade internacional sobre a situação dos reféns.

Segundo relatos, o Papa dedicou alguns momentos para abençoar os cartazes apresentados, que exibiam os rostos, nomes e idades dos reféns ainda detidos. Num gesto de compaixão, Francisco apoiou a mão sobre cada imagem, rezando em silêncio por cada um dos ausentes.

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