“Reunião histórica”: Lisboa chega a acordo de 70 milhões de euros para resolver problema dos sem-abrigo

Lisboa, após uma “reunião histórica”, aprova plano de 70 milhões de euros para combater o sem-abrigo: de acordo com Carlos Moedas, vai ser criada uma ‘task force’ que envolve os “técnicos a falar diariamente” para encontrar e resolver problemas num prazo máximo de sete anos.

A reunião, de acordo com o ‘Diário de Notícias’, decorreu entre o município de Lisboa e as autarquias da Área Metropolitana de Lisboa (AML), com a intenção de encontrar soluções para os cerca de 3 mil sem-abrigo no município lisboeta.

De acordo com Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, foram estabelecidas “três propostas concretas”: a criação da ‘task force’, “em que todos estão juntos, com os técnicos a falar diariamente” – isto porque “os problemas que há num município são também do outro município”.

Foi também acordado que se devem encontrar “centros de acolhimento noutros lados, que possam trabalhar em conjunto” com Lisboa. E, por fim, foi também discutido o financiamento. “Estamos aqui a pedir, de certa forma, uma articulação com o Estado Central e, depois, a nível da Europa, para podermos financiar, por exemplo, os centros de acolhimento”, sustenta Carlos Moedas. “Estas pessoas têm de ter a dignidade do trabalho, a inserção no mercado de trabalho”, reitera.

Isaltino Morais, presidente da Câmara de Oeiras, lembra que muitas das pessoas em situação de sem-abrigo têm outras questões associadas, como “toxicodependência ou alcoolismo” e apela à ação do Governo. “É preciso que os Ministérios da Saúde e da Segurança Social estejam mobilizados para esta questão. Há problemas de saúde, de internamentos, de questões de inserção profissional, e portanto, não basta andar a distribuir sopa. É preciso encontrar soluções concretas.”

Já Carlos Carreiras, autarca de Cascais, pede “a alguns movimentos, seja de extrema-esquerda ou de extrema-direita”, que “utilizam pessoas que estão em fragilidade social e fazem disso uma bandeira política”. É necessário “responder também a esses movimentos extremistas, quer de direita quer de esquerda, para que não utilizem pessoas em situação de grande fragilidade para obterem qualquer tipo de ganhos políticos.”

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