Retrovisores, faróis, rodas, catalisadores: quais são as peças automóveis mais roubadas e como se pode proteger

Até os carros estacionados em zonas bem iluminadas podem ser alvos de furtos. Os ladrões costumam roubar peças fáceis de desmontar e vendê-las de forma clandestina, levá-las para o estrangeiro, ou usá-las para consertar outros veículos.

Segundo Matas Buzelis, especialista automóvel da ‘carVertical’, empresa de dados automóveis, os ladrões preferem veículos novos porque as suas peças valem mais. A verdade é que os ladrões não têm preferências – levam catalisadores, rodas, e até matrículas. Então, como é que nos podemos proteger? E quais as peças mais desejadas pelos criminosos?

Retrovisores

Os retrovisores dos automóveis mais sofisticados custam centenas de euros, por isso, não é de admirar que sejam cobiçados pelos ladrões. Até nos acidentes rodoviários mais pequenos é normal que os espelhos laterais sofram estragos – por isso, é fácil encontrar interessados em retrovisores no mercado clandestino.

Também há condutores que, depois de partirem o próprio vidro do espelho, tentam poupar dinheiro, “pedindo o retrovisor emprestado” a outro carro. Aliás, a remoção do vidro do retrovisor é bastante simples e leva poucos segundos.

A gravação do número VIN do veículo nos espelhos pode ajudar a evitar o roubo dos mesmos. Assim, o carro será menos aliciante para os ladrões e é provável que o ignorem.

Luzes e faróis

Dependendo do modelo do carro, o preço dos faróis pode atingir vários milhares de euros. A procura destas peças no mercado de usados é elevada, pelo que os ladrões se sentem tentados pela facilidade do negócio. Os faróis e outras peças roubadas não acabam necessariamente em sites de classificados – muitas vezes, são transportados para o estrangeiro.

“Para desmontar os faróis, os ladrões utilizam tesouras metálicas especiais, e acabam por danificar seriamente os guarda-lamas e os capôs dos automóveis. Quando isso acontece, os prejuízos para os proprietários são ainda maiores”, afirma Buzelis.

Segundo os especialistas, os faróis também devem ter o número VIN gravado. Embora não seja um dissuasor infalível para os ladrões, a probabilidade de o carro ser encontrado sem faróis diminui significativamente.

Matrículas

As matrículas costumam ser roubadas para serem colocadas em veículos que vão ser utilizados em atividades criminosas. Os infratores usam esta tática para evitar a identificação pelas câmaras de vigilância e enganar as autoridades policiais.

A remoção das matrículas é fácil, pelo que a única forma de proteger o carro é mantê-lo num estacionamento fechado ou, pelo menos, num local bem iluminado.

Volantes

O volante usado de um automóvel de classe económica pode custar dezenas de euros, mas o volante de um Porsche, BMW, ou Mercedes-Benz de luxo pode chegar aos milhares de euros. Na Europa, são importados muitos automóveis danificados dos EUA, pelo que o volante é um artigo muito procurado.

Embora os bloqueadores de volante tenham sido bastante utilizados no passado, hoje em dia são raros. A única forma de evitar o roubo do volante é deixar o carro num local seguro.

Acabamentos interiores

Embora as peças interiores sejam menos furtadas do que os faróis ou os retrovisores, também são bastante apreciadas pelos ladrões. Geralmente, os assaltantes visam os tabliers dos automóveis mais luxuosos, que são posteriormente transportados para o estrangeiro ou vendidos a pessoas que reparam veículos danificados.

Rodas

Um carro assente em macacos ou tijolos é um eterno clássico no mundo do roubo. A remoção das rodas pode demorar algum tempo, daí que os ladrões prefiram carros estacionados em locais mais recônditos.

“As rodas são muito requisitadas no mercado de peças usadas, pelo que não é difícil encontrar compradores para elas. A forma mais fiável de evitar uma surpresa matinal desagradável é utilizar parafusos de segurança especiais que impedem que a roda seja desaparafusada com ferramentas normais”, explica Buzelis.

Catalisadores

Os catalisadores são fabricados com metais preciosos, como a platina, o paládio, e o ródio, que são muito apreciados pelos comerciantes de sucata. Ao vender um catalisador, o ladrão ganha, pelo menos, algumas centenas de euros. Os proprietários de veículos Toyota e Lexus devem estar particularmente atentos, porque estas marcas são as mais visadas pelos criminosos. Os catalisadores destes fabricantes têm mais metais preciosos, o que permite obter lucros mais elevados. E como a Toyota e a Lexus fabricam híbridos, os seus catalisadores costumam estar em melhor estado do que os dos carros a gasolina.

Muitos condutores, para se protegerem, retiram os catalisadores originais e montam versões mais baratas dos mesmos.

Buzelis salienta que os criminosos costumam atacar os modelos de gama alta, pelo que é aconselhável considerar as opções de estacionamento aquando da compra de um veículo deste tipo. Caso contrário, os prejuízos decorrentes de uma visita noturna dos ladrões podem atingir dezenas de milhares de euros.

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