Reino Unido diz que os países neutros devem aderir à NATO se quiserem proteção

Os países neutros que não são membros da NATO, mas que desfrutam do “seu guarda-chuva de proteção”, deveriam ter de aderir à aliança atlântica, indica esta quarta-feira o ministro da Defesa do Reino Unido.

Num discurso em Londres, Grant Shapps não chegou a apontar diretamente para os países europeus não pertencentes à NATO – Irlanda, Malta, Áustria e Suíça, que há muito valorizam a neutralidade -, embora tenha deixado claro que a Grã-Bretanha faria lobby para que mais países aderissem ao bloco. “Defenderei que a NATO traga para a organização todos aqueles que beneficiam do ‘guarda-chuva’ de proteção da aliança”, indica.

“Alguns países europeus beneficiam efetivamente da cobertura da NATO, desfrutam dos benefícios da liberdade, e ainda assim não aderem à dissuasão coletiva do continente”, acrescenta Shapps, lembrando a ameaça russa. “Quando o lobo está na porta dos fundos da segurança europeia, não deveria haver lugar para a neutralidade.”

A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 gerou debate em algumas capitais europeias neutras sobre a possibilidade de repensar a política de longa data e aderir à aliança militar. Nos últimos dois anos, a Finlândia e a Suécia aderiram à NATO.

Grans Shapps instou ainda os membros da NATO a aumentarem os gastos com defesa para 2,5% do PIB: recorde-se que o atual objetivo da aliança é gastar pelo menos 2% do PIB, alcançado por cerca de dois terços dos 32 membros da NATO. A Grã-Bretanha prometeu recentemente atingir 2,5% até ao final da época.