Regresso às aulas: 84% das escolas não estão a cumprir distância de segurança sanitária, alerta Fenprof

A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) apresentou esta segunda-feira os resultados preliminares de um inquérito realizado junto das direcções das escolas sobre as condições de abertura do ano lectivo 2020/21, onde aborda os problemas “habituais”, agravados pela pandemia e pela “incapacidade” do Ministério da Educação, avança a federação numa nota enviada à comunicação social.

“Desde 3 de Julho que a FENPROF pretende colocar as suas preocupações e apresentar um Plano para uma Abertura Segura do Ano Lectivo junto dos responsáveis do Ministério da Educação, mas estes não aceitaram realizar qualquer reunião. Nunca estiveram disponíveis e deixaram que se chegasse ao início do ano lectivo sem que a distância de segurança sanitária seja observada em 84% das escolas, com falta de assistentes operacionais em 91% e com professores ainda por colocar em 75%. Tudo isto leva a que, em 92% dos agrupamentos e escolas não agrupadas, diversos espaços funcionem de forma condicionada ou, até, se mantenham encerrados”, alerta a FENPROF.

Os resultados do inquérito realizado pela federação sindical de sindicatos de professores portugueses indicam que quanto ao anunciado reforço de docentes para fazer face aos défices provocados pelo encerramento das escolas, em 81,5% dos casos, as direcções afirmam não ter, até agora, acontecido.

Relativamente aos profissionais integrados em grupos de risco – docentes e não docentes – as escolas dizem não saber como garantir a sua protecção acrescida.

Neste sentido, “a FENPROF apela a toda a comunidade para que adopte cuidados reforçados, contudo, com os problemas que continuam por resolver, é bem possível que, em breve, comecem a surgir encerramentos parciais ou totais de escolas, com todos os prejuízos que daí resultam. A responsabilidade por isso não pode ser atribuída aos membros da comunidade escolar, às direcções das escolas ou, até e apenas, ao novo coronavírus”, sublinha.

A FENPROF exige então que sejam corrigidas e/ou alteradas medidas que se revelam insuficientes e que sejam reforçados os recursos nas escolas.

“Face ao panorama existente, continuará a exigir as condições que ainda não foram criadas, por considerar necessário que as escolas se mantenham abertas e o ensino seja presencial, o que se justifica por razões de natureza pedagógica, económica e social. Para que assim seja, há que reforçar as medidas e proteger as pessoas (membros da comunidade escolar e famílias), sob pena de aumentarem as condições propícias à propagação da covid-19, os problemas de saúde pública e, poucas semanas depois da sua abertura, termos escolas, de novo, a encerrar”, apela a federação sindical.

O ano lectivo arranca entre hoje e quinta-feira, com o regresso de alunos e professores às escolas e ao ensino presencial, interrompido em Março devido à pandemia.

A covid-19 já provocou pelo menos 924.968 mortos e mais de 29 milhões de casos de infecção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram .871 pessoas dos 64.596 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

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