Recondução ou substituição? Futuro de Gouveia e Melo é conhecido hoje
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que espera, até esta quarta-feira, novidades sobre o futuro do almirante Henrique Gouveia e Melo enquanto chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA). A decisão, que cabe ao Governo liderado por Luís Montenegro, determinará se o almirante será reconduzido no cargo ou substituído.
A declaração de Marcelo surge num momento de intensa especulação sobre os planos de Gouveia e Melo, que, segundo informações avançadas pela SIC, recusou ser reconduzido no cargo para preparar uma eventual candidatura à Presidência da República, com o anúncio esperado em março.
“A iniciativa é do Governo, não do Presidente”
À margem de uma conferência da CNN Portugal, realizada na segunda-feira, Marcelo reforçou que, neste processo, a sua intervenção será apenas final, cabendo ao Governo a iniciativa. “Daqui a dois dias, um mês antes do termo do mandato, decorre o prazo para se iniciar um processo que pode ser de diversa natureza. Tanto pode ser de substituição como de renovação de mandato”, explicou o Chefe de Estado.
Marcelo sublinhou que, neste momento, “a bola está do lado do Governo”. Reforçando a separação de competências, afirmou: “A iniciativa não é do Presidente da República, é do Governo. Este processo só se inicia quando se iniciar da parte do Governo. O Presidente da República aqui é o último interveniente no processo, não é o primeiro.”
Questionado sobre eventuais nomes ou sugestões para a continuidade ou substituição de Gouveia e Melo, Marcelo foi categórico: “Não tenho de ter nem nomes nem iniciativas nesta matéria. Tenho de esperar.”
O almirante Henrique Gouveia e Melo ganhou destaque nacional durante a pandemia de Covid-19, ao liderar a task force responsável pela vacinação em Portugal. A sua atuação foi amplamente elogiada e consolidou a sua imagem como um líder eficaz e respeitado.
Nos últimos meses, o nome de Gouveia e Melo tem sido apontado como um dos principais potenciais candidatos às eleições presidenciais de 2026. A possibilidade de uma candidatura ganhou força após notícias de que terá recusado ser reconduzido como chefe do Estado-Maior da Armada, preferindo concentrar-se numa eventual campanha presidencial.
Com o mandato de Gouveia e Melo prestes a terminar, esta quarta-feira marca o início do prazo formal para o Governo decidir entre renovar o mandato ou nomear um substituto. A decisão será posteriormente submetida ao Presidente da República para aprovação.
Marcelo, por sua vez, assegurou que permanecerá numa postura de neutralidade quanto às eleições presidenciais. “Não devo pronunciar-me sobre eleições presidenciais”, afirmou, reiterando o seu compromisso em separar as responsabilidades do cargo.
Enquanto se aguarda a decisão do Executivo, o futuro de Gouveia e Melo continua a ser alvo de especulação, tanto no contexto da Armada como no cenário político nacional.