Recomeça hoje julgamento de Benjamin Natanyahu por corrupção, mas PM israelita só vai depôr para a semana

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, viu o seu testemunho no julgamento por corrupção ser adiado por oito dias, anunciou a comunicação social israelita. Inicialmente previsto para hoje, dia em que o julgamento é retomado, o depoimento foi reagendado para o dia 10 de dezembro, após uma decisão do Tribunal Distrital de Jerusalém.

Netanyahu, que enfrenta acusações de suborno, abuso de confiança e fraude, havia solicitado um adiamento de 15 dias, argumentando que o contexto atual exigia a sua atenção. No entanto, o tribunal decidiu conceder apenas oito dias de prorrogação, como avançou o Canal 12 de Israel.

Duas semanas antes, o mesmo tribunal já tinha rejeitado um pedido mais extenso de adiamento de 10 semanas, apresentado pelo primeiro-ministro. Na altura, Netanyahu justificou a solicitação com o envolvimento direto nas decisões relacionadas aos conflitos em Gaza e no Líbano.

O julgamento teve início a 24 de maio de 2020 e tem avançado em paralelo à sua permanência no cargo. Pela legislação israelita, Netanyahu não é obrigado a renunciar, salvo em caso de condenação pelo Supremo Tribunal, um processo que pode demorar meses.

O adiamento do depoimento surge num momento de tensão crescente. Líderes da oposição acusam Netanyahu de explorar o conflito em Gaza para desviar a atenção do julgamento e, eventualmente, garantir um desfecho político favorável. Segundo as críticas, o chefe do governo estaria a tentar prolongar a sua permanência no poder, evitando assim uma possível condenação.

Israel intensificou os ataques à Faixa de Gaza na sequência de um ataque do Hamas no ano passado, num conflito que já causou mais de 44.200 mortos, a maioria mulheres e crianças, e deixou mais de 104.700 feridos.

A escalada não se limita a Gaza; o Líbano também tem sido alvo de bombardeamentos israelitas, aumentando as hostilidades com o Hezbollah, que já vinham marcando o último ano.

Em mais um capítulo desta crise, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, no mês passado, mandados de captura contra Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, acusando-os de crimes de guerra e crimes contra a humanidade relacionados às ações em Gaza.

Enquanto Netanyahu aguarda o reinício do julgamento, previsto para 10 de dezembro, a controvérsia em torno da sua figura política e decisões governamentais continua a dominar o debate público em Israel e no cenário internacional.

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